segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Arrumação

Quanta bagunça há dentro
Tanta coisa largada
Histórias e fotos de faz tempo
Lembranças a serem reviradas

E tudo isso em um quarto
Em armários e caixas
Em um espaço já farto
De amargor e baixas

Ao mexer nesta massa morta
Se esvai aos poucos o pesar
Ao se desfazer da massa morta
Some a tristeza em um olhar

Agora, tudo em ordem está
Agora, vejo que pouco sobrou
Parte do que fui, no lixo jaz
Só o que sou, é o que restou

domingo, 6 de outubro de 2013

Pós-Exílio

O morto

Eu estava dormindo e me acordaram
E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...
E quando eu começava a compreendê-lo
Um pouco,
Já eram horas de dormir de novo!
(Mário Quintana)

Faz pouco mais de um ano que estou num verdadeiro deserto de inspiração para criar novas poesias.

De um lado, o "exílio" foi ricamente produtivo e muitas cenas da minha vida lá foram colocadas sobre diversos versos. 

De outro lado, o processo como um todo foi exaustivo do ponto de vista da inspiração. Valores morais, éticos, sentimentais, familiares e sociais foram pisados, repisados, pensados e repensados, de modo que o que escrevi até aqui não mais passou a condizer totalmente com o que escreverei a partir daqui.

Em suma, nesta fase posterior ao "exílio", houve a colheita das transformações ocorridas, uma espécie de "ressaca", um momento para acomodar e realocar os sentimentos, pensamentos e valores recém incorporados ou reforçados, numa dialética interna intensa e, obviamente, solitária.

Agora, com os pés um pouco mais na terra, pretendo, aos poucos, voltar a expressar os sentimentos em versos. 

Aguardem....