segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Amanhã, quiçá

Mais um texto autoral

...e cada noite adentro, morre
Para, logo depois, retornar
É assim antes do dia primeiro
Ou quando o domingo faz esvanecer
Até este dom tem dezembro
E o por vir a se erguer

Um triunfo pousa no lar
Não...espera... é coisa boba
Deixa pra lá
E só o esmo a farfalhar
Hoje é véspera
Amanhã, quiçá

O entoar enfadonho do tic
Letárgico e eterno
O passar preguiçoso do tac
Nostálgico e materno

Isso tudo em um mundo
Muito bem delimitado
Ontem, na cerca do fundo
Futuro, neste lado do quadrado

O por vir e o por fazer se agigantam
As dores, as de sempre, acorrentam
Tudo isso, tudo isso
a cada noite adentro, morre
Para, logo depois, retornar
Hoje é véspera
É antes do dia primeiro
Amanhã, domingo fará tudo esvanecer
Ou não o fará
Amanhã, quiçá
Talvez seja janeiro
E mesmo com o dom de dezembro
O por vir se erguerá