terça-feira, 24 de julho de 2012

Como pensava o amor


Sempre que pensava o amor
Vinha logo à mente um ideal
Uma idéia fixa de ardor
Um lugar comum banal

Nesse conceito banal eu quis
Encaixar pessoas diversas
Mesmo que, vis-à-vis,
Fossem assim incompletas

Mas o Eros matreiro
É mesmo moleque arteiro
Derruba paredes da mente
Quando nos põe diante
De alguém diferente

De alguém que foge de tudo
Do que se pensava sobre o tudo
De alguém que nos mostra a fundo
Características não vislumbradas
E que nos leva a um supremo profundo
De querer infinito, de almas amadas

É no querer simples do bem querer
Onde mora e resplandece como alvorecer
Mais que uma estima por uma pessoa
Algo além que paixão de verão à toa
Muito mais que admiração à sapiência
Ou orgulho por ter alguém de carreira

Pois, é o querer simples do bem querer
A morada do bem, onde todo o resto é aquém
De onde parte o que sinto por meu bem
Onde, aliás, eu moro também
No coração do meu amor, do meu bem

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Tédio


É você que me corrói
E que aparece aqui novamente
É você que desconstrói
E que me mata lentamente

Preenche-me com o marasmo
Entope-me de vazio
Uma lacuna de sarcasmo
Um zero arredio

Nesta esperada janela de ócio
Soturno e lentamente me ataca
Disfarçado de lazer dócil
Sorrateiro me empaca

E me atiro ao negócio
Negando o ócio
O desejado ócio
Para fugir de você
Sombra vil e oca
Que deixa tudo inerte
Que silencia minha boca
Que congela as saudades
Que paralisa a esperança
Que obsta às amizades
Mas que me força à temperança
E a busca, no silêncio, da bonança.

Mal vejo a hora de começar as aulas. Essa rotina de trabalho-casa e morar sozinho em um quarto está me deixando doido...