quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE FIM DE ANO!!

Olá a todos!


Pois bem...mais um ano se passou. O ano de 2009 foi, sem dúvida alguma, um ano muito rico em experiências. Passei por um namoro que não deu certo, pela minha colação de grau como engenheiro, pela minha formatura, pela decisão de mudar de emprego, pela volta da vida de estudante (agora fazendo faculdade de Direito), pela compra do meu primeiro carro e, finalmente, mas não menos importante, por algo totalmente novo em termos de relacionamento, conhecendo, já nos últimos suspiros de 2009 a minha amada Karen.


Além disso, outro fato interessante que ocorreu eu 2009, sobre o qual não fiz alarde algum, é o aniversário de 1 ano deste blog! Sim, sim. Este blog, humilde e sem pretenções ambiciosas, fez um ano! É verdade que, de tempos para cá, não tenho sito muito assíduo nas minhas postagens. Mas, como disse em uma postagem não tão antiga, a vida imita a poesia e a poesia imita a vida. Se não estou postanto é porque não tenho tido tempo e quietude de mente para poder desencadear através das palavras aquilo que vem permeando os meus sentimentos. E, como o ritmo no meu trabalho foi simplesmente alucinante neste fim de ano, não consegui mesmo pensar em muita coisa...


É verdade, contudo, que tenho sim escrito, mesmo com essa correria. Porém, tenho escrito coisas particulares, por assim dizer...rsrs....Estou escrevendo algumas poesias mais íntimas para a Karen, as quais não gostaria de publicá-las. Assim, como o meu amor por ela vem preenchendo toda a temática das poesias, não tenho tido como preparar coisas diferentes para postar aqui, além, é claro, do que falei no parágrafo anterior.


Mesmo assim, gostaria de agradecer muito a vocês que acessam o meu blog, leem as minhas poesias e algumas outras postagens que tenho aqui. Pelo que tenho visto nas estatísticas, são cerca de 200 usuários, em média, que acessam o meu blog por mês, o que, para mim, é um número expressivo e, em virtude do qual, fico contente pela aceitação que tenho tido.

Por isso, neste ano de 2010, vou me empenhar em produzir coisas novas aqui no blog, não somente poesias, mas também outros textos, e gostaria muito que vocês comentassem e mostrassem suas opiniões, mesmo as discordantes.


De resto, desejo um ótimo 2010 a todos vocês! Que a paz esteja em suas casas, famílias e, sobretudo, em suas mentes, para que 2010 seja um ano de decisões conscientes e acertadas, que farão vocês crescerem em todos os aspectos de suas vidas!


Até 2010!!!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Naturalmente

Ô da barca! Estou de volta! Depois de algum tempo perdido no tempo e no espaço, justamente pela falta de tempo e espaço causada pelas provas, obrigações no trabalho e, principalmente, e intencionalmente, pelo fato de querer viver a poesia e não mais só escrevê-la, estou de volta.

Obviamente, esta poesia a seguir é mais uma das muitas que serão produzidas sob a verdadeira luz de inspiração emanada da minha amada namorada.

Para aqueles que não gostam de poesia romântica, eu peço licença, pois a poesia imita ou acompanha a vida. E, como não consigo ter o poder de ator, para sentir emoções alheias às minhas, as próximas poesias serão embasadas nas minhas emoções, as quais estão tomadas de um amor profundo. Quando estava numa fase de querer me afirmar no emprego, por exemplo, produzi poesias que acompanharam estas emoções, e assim são as coisas.

Bom, segue a poesia...

Naturalmente

Naquela noite de olhares estranhos
Naqueles dias e encontros marcantes
Percebi o que há muito intuí
Que você, o grande amor, está aqui

Não foi preciso atravessar mais eras
E tampouco viver esse começo com reservas
Sem formalismos, sem medo e sem regras
O nosso amor se fez nascer das nossas almas belas

E, assim, floresceu, enfim, ele nasceu
De um ser a outro ser, finalmente, transcendeu
Daqueles à nossa volta, ninguém entendeu

Foi natural, foi tão normal
É tão bom, é tão indescritível
E de tão bom, é surreal
E dos amores o mais indizível.

Escrevi esses versos pensando na rapidez e na naturalidade que verteram até o namoro entre eu e a Karan se consolidar. Não nos ativemos aos medos; nos entregamos. Os nossos amigos acharam que fomos rápidos demais; nós achamos normal. rs

sábado, 7 de novembro de 2009

Quem somos?

Não sei como exatamente aconteceu. Quando me dei conta, já estava enredado por uma paixão nascente e, ao mesmo tempo, tão natural de ser sentida. Uma mistura entre algo novo e já conhecido. Um mistério. E esse mistério me fez questionar de onde conhecia essa mulher que há pouco tempo está comigo, mas desde muito, me parece, habitava meu coração.

Karen, dedico esta poesia (e muitas outras que virão) a você.

Quem somos?

Quem somos nós?
Espíritos velhos
Em rostos novos
Sabedoria velha
De cara nova

Somos amantes, sim,
Mas desde quando,
Se sempre esteve em mim?
E, desse “desde quando”
Estamos juntos até o fim

De onde te conheço?
Qual foi o lugar?
Não sei, mas reconheço
Que iríamos sim nos reencontrar

Quem os fios da vida trama
Teve um talento digno de fama
Pois cruzou nossa sorte de tal sorte
Que nos fez viver este amor nobre

Quem somos
O que fomos
Não importa
Quando um amor assim bate à porta

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Estranhos na noite

Existem, sim, letras e mais letras, poemas e mais poemas, que versam e cantam sentimentos diversos. Porém, por mais belas e esculpidas que sejam as palavras, algumas só fazem sentido quando nos identificamos, por completo, com uma situação ou quando temos gosto por uma ou outra música.

Neste sentido, eu poderia aqui rasgar os meus velhos versos, no meu velho vício de transformar sensações em poesia. Todavia, é fato que, mesmo aqueles que estão acostumados a escrever e a se expressar, às vezes, tem seu pensamento e sua voz tomadas por um vazio inexplicável, causado por sensações ainda indescritíveis.

Por isso, faço minhas as palavras da música cantada pelo saudoso Frank Sinatra, traduzida abaixo:

Tradução de Strangers in the night - composta por: Bert Kampfert, Charlie Singleton e Eddie Snyder

Estranhos na noite, trocando olhares
Imaginando, na noite, quais seriam as chances
De estarem comungando do amor
Antes na noite terminar

Algo em seus olhos era tão convidativo
Algo no seu sorriso era tão cheio de vida
E algo no meu coração
me disse que eu deveria ter você

Estranhos na noite, duas pessoas solitárias
Nós éramos estranhos na noite
Até o momento
Quando nós dissesmos nosso primeiro "olá"

Nós mal sabíamos
que o amor surgiria apenas num olhar
Num abraço caloroso e dançante

E desde aquela noite, nós estamos juntos
Amantes ao primeiro olhar e no amor eterno
E deu tudo muito certo
Para nós, estranhos na noite

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sonho

As vezes uma situação não está nítida, mas, mesmo assim, está ótima de ser sentida. Ainda que seja só um sonho, ainda que fulgaz seja este devaneio, seus sentimentos são verdadeiros.

Enfim, uma vez ouvi de um compositor que é difícil resistir à tentação de imprimir em seus versos o que viveu. Neste sentido, faço exatamente isso nesse poema. Pego uma situação vivida e ponho nesses versos, descrevendo as sensações e não a situação de forma analítica.

Sonho

Rumei ao longínquo e nada vi
O branco do dia não esvaeceu
Mas em meio à intempérie te vi
E algo inesperado se sucedeu

Não sentia o frio do vento
Que cortava sem dó meu rosto
e de repente do céu azul
alguém te trouxe
e desse céu azul
ainda sinto seu beijo doce

E uma leve brisa de verão
Veio logo pegar em minha mão
Com um toque suave e delicado
De carícias me fez lisonjeado

Levitei ao toque floral de sua pele
Que doces pétalas de beleza primaveril
Envolvi-me nos encantos da alva epiderme
E só queria deles sair quando fosse senil

Foi então que seu rosto eu vi
E agraciado com o resplendor eu fui
Mas foi sem os olhos que eu vi
Das belezas a mais indizível
Que rósea repousa nos lábios
E matreira foge à lógica dos sábios

Mas o vento voando vai
Soprando seu andar pelo ar
Levando o que de bom há
Inclusive esse meu sonhar

Se pudesse assim sempre sonhar
Seria esse o pedido para eternizar
Se um dia Deus viesse me visitar
Ou se achasse um gênio por aí a andar.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Para que servem as comunidades do Orkut??

Olá! Antes de começar a escrever sobre o tema do post, já quero deixar claro que não estou aqui para impor a minha opinião como única e absoluta. Só gostaria de convidá-los a uma reflexão...
Toda vez que você abre o seu Orkut, lá estão elas: as comunidades. "Odeio isso", "amo aquilo", "eu tenho isso" e "eu sou aquilo" são fórmulas que geralmente fazem parte dos títulos das comunidades. Mas, agora, cá entre nós, quantos realmente participam das comunidades que possuem cadastradas em seus perfis? Imagino que muito poucos, ou, quiçá, ninguém. Então, pergunto, para que servem as comunidades do Orkut, uma vez que não são mais, essencialmente, fóruns de discussão apenas.

Muitos (incluindo eu) têm essas comunidades como uma espécie de mostruário ou vitrine de gostos, preferências e demais características que desejam deixar explícita. Nesse cenário, as comunidades servem como um marketing pessoal ou como pontos, ainda que desconectados, que pertencem à personalidade da pessoa. Assim, através do conjunto destes pontos (comunidades) é possível formar, ainda que de maneira tendenciosa, uma opinião preliminar sobre quem é aquela pessoa.

Outros, além desta utilidade citada, de fato entram nas comunidades e participam dos fóruns. Porém, estas pessoas não discutem temas relativos ao título da comunidade. Estas pessoas fazem joguinhos do tipo: "o que vc acha da pessoa acima", "vai ou não vai na pessoa acima" e outras variações desse "pêra, uva, maçã e salada mista" do mundo virtual (lembram-se do grupo molejo? rs). Em resumo, estas pessoas fazem da comunidade um passatempo que pouco leva em consideração os assuntos que seriam objetos de discussão.

Por fim, em menor número, há aquelas pessoas que realmente discutem os temas relativos ao título da comunidade. Mas não pensem que estes usuários da rede têm um lugar no paraíso pelo fato de usarem o fórum da comunidade para o fim que ele se presta. Dentro deste grupo de internautas existe muita gente, quase a maioria, que, diante de uma discussão qualquer, faz questão de transformar a oposição de opiniões um verdadeiro "programa do ratinho", daquela época do exame DNA.

É incrível ver como as pessoas, em alguns casos, já iniciam a discussão enunciando sua opinião como uma lei indiscutível, o que, obviamente, provoca uma reação à altura por parte de outros usuários e, consequentemente, termina na baixaria. Em outros casos, a discussão até começa numa boa, mas, em algum momento, alguém faz questão de mostrar, de forma não amistosa, que possui um indizível cabedal (ou que não possui, mas finge que possui) e que a idéia em discussão é uma porcaria, que não serva pra nada ou algo do tipo. Aí, nem preciso falar muito mais. Tudo termina na baixaria.

Tendo notado isso, nesse tempo de ócio que tive no feriado, comecei a me perguntar qual é a real utilidade das comunidades do orkut. Antes, idealizadas como fóruns de discussão; hoje corrompidas em sua função por aqueles que entram para fazer joguinhos e corrompidas em seus valores pelo desrespeito e pela agressão gratuita entre os debatedores. Nesse caso, eu acho que elas só servem para marketing pessoal mesmo, salvo exceções, uma vez que toda generalização é burra.

Existem sim, só pra citar, algumas exceções, como, por exemplo, algumas comunidades de música e/ou eventos, entre outras comunidades de outros tipos. Aí sim vale a pena participar, pois as pessoas colocam conteúdo na comunidade. Mas, salvo exceções, vejo as comunidades do orkut com esta opinião que expus.

E vocês? Já pensaram nisso?

--> É claro que existem temas melhores para se pensar, como por exemplo, a exploração do Pré-sal, as medidas de diminuição de emissão de poluentes que o Lula vai anunciar na Suíça ou o aumento dos gastos de marketing dos governos Serra e Aécio (2010 está chegando...). Mas, estes temas eu deixo para os jornalistas. Gosto de discutir estes temas, mas não no meu blog. Só os discutirei se assim eu desejar, mas deixo claro que não é o propósito majoritário aqui. <--

domingo, 4 de outubro de 2009

Inspiração pessimista, lição otimista

Poderia eu escrever sobre o amor
ah! sim, aquele que é ântonimo da dor
mas, que no fim das contas, é a própria dor

Então, eu poderia escrever sobre os amigos
Exatamente, aqueles que não são os seus inimigos
Mas, hoje em dia não é tão fácil distinguir
quem é seu amigo e quem é seu inimigo
pois a hipocrisia pode os fazer fingir

Deixando de ser pessimista
acho que deveria escrever sobre a vida
aquela mestra dos mistérios
a senhora do destino certo

Mas ainda assim a vida
sempre tão corrida
em verdade nos leva
em direção à sua contrária
para o fundo da terra
e de maneira arbitrária

Se alguém desse modo pensar
e vier lhe vender esta idéia
dê ouvidos e esteja a olvidar
pois pensar assim é moléstia

tudo viver pensando no final
em tudo sentir o amargo putrefazer
é um desgosto ansioso sem igual
e a receita certa para o espírito fenecer

domingo, 27 de setembro de 2009

Visão nublada

Sempre te olhei
Mas nunca com esses olhos
E você já me olhava
com aqueles olhos
Foi então que reparei
quando fechei os olhos
que nada mais faltava
quando depois abri os olhos

E quando depois abri os olhos
Esqueci o lugar que vi
era noite, talvez, abril
E então fechei os olhos

E quando denovo abri os olhos
Ouvi sons estranhos que se ordenavam
As notas longínquas no ar se espalhavam
E mesmo quando fechei denovo os olhos
As batidas e os acordes ainda lá estavam

Ao fechar novamente os olhos
o chão matreiro muito se mexia
querendo usar de pura covardia
para não deixar fechar meus olhos
e tampouco me fazer esquecer desse dia

Nesse instável movimento de maré
nossos lábios no nosso envolver
podiam até no ar nos suspender
mas ainda precisávamos usar os pés
para em pé nos manter

De olhos fechados
De vistas cerradas
e de peles comungadas
a importância da visão
era a última preocupação
O que fiz, ouvi e vi
são agora doce recordação.

Os fatos que geraram a criação destes versos quase em nada tem a ver com o significado da poesia. Pensei em uma situação corriqueira e quis descrevê-la de maneira tão subjetiva e impessoal que acabei dando à poesia um significado distinto.

Só pra constar, todas as poesias que posto neste blog são de minha autoria. Quando há um autor que não seja eu, faço questão de colocar o seu nome.

domingo, 13 de setembro de 2009

As últimas moradas do rock genuíno

Há umas duas semanas fui ao aniversário de uma amiga minha que, num espírito de saudosismo, escolheu o Kazebre Rock Bar para ser o local da comemoração da festa. Esta minha amiga estudou comigo da 5ª à 8ª série e, naquela época, éramos rockeiros "roxos", por assim dizer. Cultuávamos o "deus rock and roll". Só o rock prestava, os outros ritmos eram lixo.

Nunca tinha ido nesse bar de rock. Lá eu senti o verdadeiro espírito rock and roll, a começar pelo estilo do bar, constituído por diversos ambientes rústicos, mas, ainda, ao ar livre, com direito a fogueira e tudo mais.

Nesse bar pude perceber que ali sim estava o rock and roll de verdade. Não só pelas bandas que estavam tocando os grandes clássicos do rock, mas também pelo fato das pessoas se comportarem rockeiros de verdade. Além das vestimentas peculiares, a atitude rock and roll, tão conhecida por todos, estava estampada no jeito de andar, falar, gritar os refrões e, sobre tudo, no pouco se importar para que os outros poderiam achar.

Vou ser mais específico. Primeiro, todos ali estava caracterizados como rockeiros, ou seja, homens de cabelo comprido e barba, mulheres com cabelos coloridos, sendo que quase todos estava de preto e/ou com camisetas de banda e/ou com piercings, entre outros adereços e peças do estilo do rock. Segundo, todos ali, enquanto as bandas tocavam, iam para a pista chaqualhar o corpo ao ritmo da música, sendo que muitos até faziam "bate-cabeça" e pulavam do palco para serem aguarrados pelos braços da multidão.

Outro ponto a se salientar é que as bandas faziam covers de bandas conhecidas, mas não tocavam as musicas comerciais dessas bandas, e, mesmo assim, o povo na pista cantava em uníssono todas as letras que, para os comuns, é desconhecida.

Em resumo, eu vi um lugar no qual jovens e adultos libertam uma parte autência de seus espíritos, coisa que não poderiam fazer no dia-a-dia da sociedade. Naquele local eles estavam vivendo numa dimensão espacial e temporal, na qual eles podem tomar atitudes tidas como bobas e que naquela dimensão são tidas como normais.

Esta demonstração de liberdade e de autenticidade talvez acabe se mostrando um pouco caricata, pois são poucos os locais e os momentos em que se pode libertar seus demônios. Assim, dada esta raridade, esse acúmulo é descarregado de forma abrupta cada vez que tem oportunidade.

Cocluindo, eu vi que o Kazebre Rock Bar é uma das últimas moradas do rock genuíno, do rock autêntico. Lá o rock and roll ainda é vivido em suas características essenciais. Não ouvi as bandas de lá tocarem Simple Plan, Panico at the Disco ou outras bandas desse novo rock and roll emergente.

É uma pena que, para esses rockeiros autênticos, os locais desse estilo mais genuíno do rock estão diminuindo a cada dia que passa aqui em São Paulo. Além dos locais, as rádios que tocam essencialmente rock and roll também minguaram, restando apenas a Kiss FM. Esses e outros fatores me fazem crer que o estilo rockeiro que cultua as bandas dos anos 70, 80 e 90, o qual se pode chamar de rockeiro de verdade, está acabando. Bom, mas isso é assunto para um outro post. Fico por aqui.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Presente, erros e esperança

Toda e cada lacuna sua
Servirá para te louvar
E lembrar que este pesar
Mesmo que me faça chorar
Serve só para lembrar
A grandeza que é te cultivar

A frieza da sombra que me abriga
É companhia necessária
Pois conhecer esta gelidez inimiga
É o amargo gosto para viver a dádiva

Estas lições acabei aprendendo tarde
Depois de fazer das vítimas metades
De vulgarizar seu nome pelos ares
E de jurar vivê-lo com intensidade

Menti em teu nome, não me orgulho disso
Fui ardil, disfarçado de nobre
Fingi ser santo, um tanto escorregadiço
Para no fim, terminar assim pobre
Incompleto e de peito vazio

Por isso, quando você figurar em minha vida
Não vou jurar mais nada
Só vou dizer o que decorre da calma
Pois a palavra desmedida
É a chave do sofrer da alma

Mas, quando um dia figurar em minha vida
Hei de vivê-lo com emoção
E vivê-lo até nos pequenos vãos
Nas brechas dos dias que passarão
E na totalidade das noites sem solidão.

Esses versos eu destino a todos aqueles que fizeram as suas cagadas pela vida amorosa e que, apesar de estarem num "limbo" ou numa solidão (necessária ou não), aprenderam o que é preciso, para cultivar o amor, e estão a espera de uma oportunidade, para colocar em prática o os pensamentos e os sentimentos "potenciais" guardados.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O que Deus une o homem não separa

Ola!

Ultimamente não tenho tido muita inspiração para escrever. Talvez pelo fascínio da minha nova rotina acadêmica ou talvez por uma questão de estática sentimental, não tenho tido aquele canal claro com meus anseios de inspiração.

Mesmo assim, teimei um pouco e quis fazer uma homenagem a um casal de amigos meus que deixam transparecer um amor evidente, latente, vivo e com ímpeto tamanho, que não só merece uma poesia, mas também uma obra inteira.

Não sei se ficou bom, pois usei pouca liguagem conotativa (sentido figurado). Fui objetivo como uma flecha ao descrever o amor dos dois.

De todo modo, segue a poesia para o meu amigo e "irmão" Bruno (vocalista e violonista da minha banda) e a minha amiga e "cunhada" Luzia. Vale ressaltar que toda vez que ele canta, seja em ensaios seja em apresentações, ela chora muito.

O que Deus une o homem não separa

Ele sempre galante ao cantar
E ela sempre bela ao chorar
Assim, ao verter de uma lágrima
Provocada pelos versos bem cantados
Vê-se a emoção, uma dádiva
E a prova dos dois apaixonados

Estes seres de amor dotados
São alvos de uma graça
Um ao outro foram, por Deus, destinados
E a esta união levanto aqui minha taça

Está nítido a qualquer visão
A beleza ímpar dessa união
E a perfeição deste belo par
Que me dá gosto em testemunhar

Então, no verter de cada lágrima
E no sonar de cada verso
Eles mostram a todos a prova máxima
Do amor sincero vivido sem ego

Eles têm posturas encaixadas
E vidas um no outro apoiadas
Eles são as metades juntadas
E em um todo abençoadas.

Essas metades juntadas
Foram por Ele aproximadas
E o que Ele põe a mão
O homem não separa não.

sábado, 15 de agosto de 2009

Desaventuras no Direito - 1ª Semana

Como alguns já sabem, comecei nesta semana a frequentar novamente o ambiente acadêmico. Agora estou estudando Direito. Esta primeira semana de aula me despertou algumas lembranças da época em que tinha meus 17 anos e tinha acabado de entrar na faculdade.

Logo no primeiro dia de aula, logo na primeira das aulas daquela noite, o professor não veio. Então, os calouros ansiosos e inseguros o que fizeram? Ficaram "abundados" dentro da sala de aula, sem falar com ninguém. Imóveis, estáticos e receosos. Eles tinham medo de trote, medo das pessoas, medo daquele ambiente novo, que pode ou não ser hostil. Enfim, medo de tudo.

Não demorou e entrou um grupo de veteranos, devidamente bêbados, para procurar por vítimas para arrastar para o bar e para passar o previsível trote. Estes pândegos, ébrios e com o habitual comportamento primata, utilizaram de suas intimidações sarcásticas para vender o conceito deles de "sociabilização com a galera". Depois de tanto insistirem, eles conseguiram levar uns dois trouxas com eles.

Ainda na primeira semana, as aulas foram interrompidas para que houvesse um "trote solidário". Uma maneira (ainda idiota) de aplicar o (também idiota) trote. Não tive o prazer orgástico de participar, mas pelo que fiquei sabendo, eles trancaram os calouros na quadra e fizeram brincadeiras "super divertidas", tipo corrida de saco, corrida de colher com ovo etc.

Já na quinta-feira, a respeitada atlética, mostrando toda a sua sapiência de costume, apresentou um vídeo de eternos 15 minutos sobre ela mesma, sobre o orgulho de estar fazendo faculdade no Mackenzie e sobre a rivalidade com as outras faculdades. Até aí, ok. O problema foi quando começaram a vender o ideal único e último de felicidade, aquele ideal particular que dele só participa quem tem a postura "chiclete com banana" de viver.

Não quero aqui parecer rabugento. Vou participar de tudo quanto é festa do Mack, vou para os Jogos Jurídicos, sempre fui adepto dos butecos da vida e tudo mais. Porém, me parece que tem um pessoal que entra na faculdade sem saber o que quer e em busca de um ideal de viver caracterizado pela extravagância da diversão, o que é uma distorção da realidade e um escapismo barato em busca de se enturmar e de querer ser popular. Beber, cair e levantar faz parte da vida de universitário, mas viver em função disso é fechar os olhos para outras coisas, que podem ser tão prazeirosas quanto isso.

Fora essas coisas, que são no mínimo engraçadas de serem observadas quando já se fez uma faculdade antes, estou gostando muito do curso, das pessoas e de frequentar um ambiente normal. A engenharia não era um ambiente normal, mas isso será tema para um outro post. Por enquanto, continuo caminhando, sem muita inspiração poética, como pode-se notar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gripe suína: alarmismo ou verdade?

Hoje vi a notícia que o Hospital Emílio Ribas aqui de São Paulo será o "quartel general" do combate à gripe suína no estado de São Paulo e que o Hospital das Clínicas também será um dos centros de referência no combate ao influenza H1N1.


O número de infectados cresce a cada dia, como é de se esperar. Afinal, é uma gripe e estamos no inverno.


As aulas foram adiadas. Até onde sei, praticamente todas as instituições de ensino, tanto particulares quanto públicas, adiaram a volta às aulas em uma semana. A prefeitura do Rio de Janeiro adiou em mais uma semana as aulas.


A festa italiana onde eu vou tocar com a minha banda também foi adiada em uma semana.

Na igreja católica, dar a "paz de Cristo" agora não inclui cumprimentos ou contato com as mãos.


Mas, mesmo de posse de todos estes fatos, ainda me parece difícil crer que estamos diante de uma ameaça tão gritante, tão enorme como a nossa imprensa anuncia.


Se há tanto perigo, porque não se adia ou cancela shows? Por que não se fecha os cinemas? Por que não temos máscaras sendo distribuídas no metrô? Por que não são adiadas ou canceladas as peças de teatro? Por que??


Os centros de referência estão realmente preparados para suportar um volume grande de pessoas? Os relatos que ouvi até agora sobre pessoas que tiveram suspeita de gripe e se dirigiram até os hospitais referência não foram os melhores. Pelo que ouvi, me parece que há um amadorismo ou descaso no tratamento dessas pessoas. Isso sem contar as pessoas que esperam muito tempo para ser atendidas, não tinham nada, mas se expuseram de forma desnecessária ao vírus ou a outras doenças.


A gripe comum não mata à mesma taxa que a gripe H1N1?


Sinceramente, não tenho sentido muita solidez por parte das autoridades nas políticas de contensão à gripe suína.


Adiar as aulas, isoladamente, não contribui tanto assim para conter a doença. Querem um exemplo? Ouvi nesses dias no meu amado "Jornal da Manhã" da rádio Jovem Pan que os comerciantes de Campos do Jordão estão muito felizes com o adiamento das aulas, uma vez que o movimento na cidade tende a aumentar consideravelmente. Em miúdos, as pessoas deixam de ir a escola, mas vão se amontoar no frio de Campos de Jordão. Além disso, pasmem, a cidade está com uma programação especial de shows, ou seja, haverá fatalmente aglomeração de pessoas naquela temperatura fria e pitoresca de Campos do Jordão. Agora eu pergunto: será que Campos do Jordão é uma zona imune por si só? Será que a cidade emana essências curativas??

Se a gripe é tão grave assim, por que os shows de Campos do Jordão não são cancelados??

Afinal, essa história de gripe suína é alarmismo ou verdade?

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Restrição aos fretados

Nem só de pão vive o homem e nem só de poesias e devaneios vive este blog. O que está acontecendo na minha amada terra da garoa merece comentários de todos os seus habitantes.

Bom, vamos lá. A história é longa e eu prefiro contar do começo...

A cidade de São Paulo, como todos sabem, tem um dos piores tráfegos de veículos do mundo. É constante a presença na mídia das centenas de kilometros de congestionamentos que a cidade possui, todos os dias, sendo os congestionamentos mais acentuados nas sextas, vésperas de feriado e em dias de chuva. A solução para o trânsito é sabida há mais de duas décadas, ela se chama transporte público de qualidade. Entretanto, como a cidade é enorme, teve e tem o seu crescimento mal planejado, não possui linhas de ônibus suficientes e com o metrô operando no limite de sua capacidade, a faixa da população que tem condições busca maneiras alternativas para escapar de horas e horas a fio dentro de um carro, dirigindo, sendo xingado, xingando, se estrassando ou para escapar de horas a fio dentro de um ônibus ou trêm lotado. Uma das alternativas é o ônibus fretado, financiado pelo próprio usuário e, em alguns casos, por empresas para o transporte de seus funcionários.

Devido a grande procura pelos fretados e ao acúmulo de usuários que trabalham nas principais regiões comerciais de São Paulo (Berrini, Faria Lima, Paulista, Centro Empresarial, etc), os ônibus fretados fazem enormes filas nas avenidas de maior concentração de usuários para apanhar os passageiros, o que, sem dúvida alguma, causa transtorno no trânsito local, pois nem todos param em fila única para apanhar seus usuários.

A partir desta observação (de que os ônibus atrapalham a fluidez do trânsito nas avenidas) a prefeitura resolveu implantar uma região de restrição aos fretados, através de uma portaria, sendo esta mais uma ação no sentido de melhorar o trânsito de São Paulo, como foi a implantação do rodízio para caminhões.

Segundo a prefeitura, os fretados devem transportar seus passageiros das proximidades de suas casas até uma das estações do trem ou do metrô estipuladas pela portaria. Assim, os passageiros farão a parte final da sua jornada até o trabalho a pé ou por meio de um ônibus comum, liberando, desta forma, o trânsito das principais avenidas de São Paulo. O efeito esperado é melhorar a fluidez do trânsito em 11% nos horários de pico.

Ok. Agora vamos aos fatos. A prefeitura “isolou” uma área na qual quase 100% das pessoas que usam fretados trabalham, forçando todas elas a se virar a partir de uma estação de trem ou de metrô. A prefeitura pensou, matematicamente, da seguinte forma: São 55.000 usuários de fretado e o metrô transporta 3 milhões de passageiros por dia, assim, o metrô teria um aumento de apenas 1,83% na quantidade de passageiros caso os 55.000 usem o metrô. Pela matemática, sem problemas.

Porém, também analisando pela matemática, se são 55.000 os usuários por dia, significa que existem aproximadamente 1.222 ônibus fretados (considerando que cada um leva 45 pessoas por dia). A prefeitura disponibilizou 16 pontos para embarque e desembarque, ou seja, são 1.222 fretados para 16 pontos, o que dá uma média de 76 fretados para cada ponto. Assim, considerando também que estes ônibus se concentram nos horários de pico, temos um verdadeiro funil, uma vez que estes 76 fretados se dirigem mais ou menos ao mesmo tempo para o mesmo lugar, transformando cada ponto de embarque e desembarque num ponto de congestionamento.

Além disso, os lugares escolhidos como pontos para embarque e desembarque não possuem condições para abrigar uma média tão alta de veículos num intervalo tão curto de tempo (7h-9h e 17h-19h), de modo que o problema da fluidez só tende a aumentar em função disso. Ainda, é importante ressaltar que as estações de metrô e trem não estão preparadas para receber em suas bilheterias uma média de 3420 (76 x 45) pessoas a mais no referido curto intervalo de tempo.

Para complicar ainda mais a situação, existe também, além dos números, as pessoas, fator este ignorado pela prefeitura. Pessoas que tentam se locomover da melhor maneira possível, quer dizer, da menos pior, por esta nobre capital, caótica em si. Tem pessoas que fazem verdadeiras travessias para ir trabalhar, sem contar também que muitos passageiros tem carro em casa e preferem ir de fretado pelo conforto e para escapar do trânsito infernal da cidade. Sem falar, é claro dos passageiros e dos ônibus que vem de outras cidades (São Bernardo do Campo, Santo André, Guarulhos, Barueri, etc).

Ora, se os ônibus param em fila dupla, aplique multas; se não há fiscalização melhore ou crie uma rotina de fiscalização ostensiva; se não há pontos certos para as paradas e isso provoca tumulto no trânsito, crie pontos decentes de embarque e desembarque. Não é preciso alterar ou criar lei para haver fiscalização. Para haver fiscalização, basta fiscalizar.

A prefeitura errou por falta de planejamento e também pelo fato de tratar as pessoas como simples números. Os protestos que estão acontecendo em São Paulo só tendem a aumentar. A prefeitura esqueceu que o povo que anda de fretado não pertence aquele estereotipo de povo que é comprado por cesta básica em época de eleição ou pelo bolsa-família. São pessoas que tem consciência e sabem que foram apunhaladas pelas costas e desabrigadas abruptamente pelo poder público, sem qualquer chance de defesa.

O TJ-SP concedeu uma liminar suspendendo os efeitos da portaria, pois além da prefeitura ter errado nos números e no tato com as pessoas errou também no quesito Direito. A Juíza que concedeu a liminar disse que há, na portaria baixada pela prefeitura, "vício formal, pois foram veiculadas mediante portaria, ato administrativo, que não pode inovar no ordenamento jurídico, não pode substituir a lei".

Espero que o nosso prefeito se pronuncie sobre o assunto o quanto antes, pois os protestos irão se intensificar caso alguma atitude não seja tomada. O transporte público em São Paulo é um vexame, uma vergonha, assim como o trânsito, que tanto consome a vida dos cidadãos dessa cidade que, apesar dos pesares, ainda merece ser chamada de amada terra da garoa.

Por hoje é só.....

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Voltando no tempo...

Não pude evitar. Olhei para os lados, durante a espera, na fila para a matrícula na faculdade, e vi rostos dispersos, com olhares esperençosos e quase sempre acompanhados por rostos certeiros, com olhares precisos, sim, eram os ombros dos pais somado aos ombros dos filhos.

Quantas esperanças ali reunidas, quanta carga de ansiedade ali repousava no aguardo pela matrícula. Será que vai dar certo? Será que vou gostar do curso? Não importa. Agora serei independente! Agora vou beber, conhecer gente nova, sair pelos bares e gritar ao mundo que cresci de verdade! A gente entra na (primeira) faculdade, geralmente, com esse tipo de pensamento.

De uma hora para outra, uma liberdade grande invade nossas vidas. Pessoas muito diferentes, tão distintas, tão infinitas passam a fazer parte do nosso dia a dia, de uma hora para outra.

Não pude evitar. Pensei em tudo isso, novamente. Quando vi aqueles rostos em formato ainda infantil pleiteando uma vaga no mundo adulto, num mundo que eles ainda estão por conhecer.

Quantos desafios os esperarão? Por quantas provações eles terão de passar antes da faculdade terminar? Quantos amigos eles terão? Quantos sorrisos darão? Tudo é tão incerto quando se tem 17 ou 18 anos e está entrando na faculdade. Nada disso agora, nenhuma dessas perguntas, me cheira o romantismo vivido naquela época. Os 6 anos de engenharia me deram um banho concreto de realidade, assim como os anos a mais acusados através da minha face e dos cabelos em constante fuga.

Não há mais tanto mistério, apesar de ainda guardar certa emoção. A faculdade, querendo ou não, já não é condição para uma profissão. É apenas um complemento. Já tenho o meu título, agora vou em busca de algo a mais.

Enfim, a adrenalina não é a mesma mas a vontade de seguir em frente é a mesma dos 17 anos.

Vou viver um choque de gerações tenho certeza, apesar de também ter certeza que conhecerei muitas pessoas que valerão a pena.

E assim, vamos caminhando. Rumo a mais um horizonte e a mais um sonho sendo realizado!

domingo, 19 de julho de 2009

Todo poeta é uma mula

Todo poeta é uma mula
que não se cansa de levar surra
leva, toma, faz e traz
imaginando ir pra frente, sendo que está indo para trás

esmera suas poesias
vislumbrando formosos dias
reluzentes momentos
sem sombra ou desalentos
sem nada que atrapalhe
a sua ilusão, sua mentira, seu disfarce

é um inocente, um jogado na realidade
idiota, parvo sem questão de saber a verdade
alicerça seus versos, oh! adolescente
se comportando como um fraco e inconsequente

cego por seus versos
tonto pelo belo
ama o que é poético
tudo em nome do elo
que acreditou viver
quando àquela uma esteve a escrever

deixou-se enganar, tolo
quis bancar o pândego
ignorou seu âmago
não pensou, nem raciocinou
à lápis em letras idealizou
um contraste, um paradoxo
algo nem um tanto ortodoxo
uma união sem sucesso
recaiu no regresso

parnasiano clássico
romântico fracassado
teimosia é seu predicativo
oh! poeta se respeite, seja altivo
não se bande em miragem
o que se vê nem sempre é o que é verdade

se queres meu conselho
peço, repitas defronte ao espelho:
versos deves parar de escrever
sem saber se dela vais ter
no final aquilo em que mais estás a crer

Pois é...o beijo frio e despertante da realidade é preciso em certos casos. A partir do que é súbito e até um pouco traumático temos oportunidades singulares para iniciar uma reflexão sobre a postura mental adotada, sobre as buscas que temos e de que maneiras estamos a procurá-la.

Qualquer pessoa sabe que o ideal não corresponde ao real, mas poucas pessoas compreendem isso de verdade. O ideal esmerado em versos, pensamentos, idéias ou anseios passam pelo filtro da realidade e da consequência dos fatos. Portanto, se atirar somente pela crença, sem ter pelo menos um pé no chão, é pedir para sofrer um revés ou contar apenas com a sorte, que pode ou não bater randomicamente à porta.

Devemos sempre sonhar e ter ambições, porém, para que essas coisas se tornem verdade temos de moldá-las de acordo com a realidade. No fim das contas, é só seguir a analogia da nossa própria anatomia: cabeça (= sonhos) ao alto, olhos focados para frente (= objetivo), pés no chão (= realidade) e todo esse conjunto caminhando (= fazendo esforço) para frente (= atingir o objetivo).

quarta-feira, 15 de julho de 2009

PASSEI NO VESTIBULAR

Meu povo e minha pova, não preciso nem comentar muito. A música abaixo já diz tudo. Passei no vestibular (novamente) só que agora foi para o curso de Direito. Isso mesmo. Depois de ter feito 6 anos de engenharia vou encarar mais 5 anos de Direito pela frente.

Muita gente acha que sou louco, outros, com um sinônimo mais eufemico, atribuem à minha atitude a característica de coragem, acham que sou corajoso, destemido e impetuoso com os meus sonhos e metas. Em verdade, sim, sou impetuoso e até um tanto obstinado. Quando quero alguma coisa, quando quero muito alguma coisa, dificilmente me desvio do objetivo e vou atrás do que quero para a minha vida. Assim foi com o Direito. Obviamente não sou um maníaco e procuro ser ponderado nessas buscas por objetivos.

Mais que uma nova fase em minha vida, estou celebrando a cada dia um sonho realizado, uma meta alcançada. Mas, como todo bom ser humano que vive uma vida em sociedade, será invitável escapar da cadeia de consequências. Em miúdos, é fato que a partir de uma problemática há uma solucionática e a partir de uma solucionática há uma nova problemática. Sendo assim, essa nova fase também será permeada de novas experiências, atritos e glórias, como tudo na vida. A diferença, entretanto, é que não estou entrando na faculdade com 17 anos, além do fato crucial de eu já ter a minha profissão, minha carreira e a minha vida bem baseada.

Desse modo, meus caros, com mais maturidade, espero tirar proveito de todas as experiências que a faculdade e esse novo convívio irão me oferecer. Além disso, finalmente, vou sair da rotina massante. Vou voltar a ter um convívio social intenso, sem o qual, dificilmente consigo ficar.

Em suma, estou empolgado e vamos que vamos que o som não pode parar!! Me segura que o ano ainda nem acabou!! hehehe!

Pequeno Burguês
Composição: Martinho da Vila

Felicidade!
Passei no vestibular
Mas a faculdade
É particular
Particular!
Ela é particular
Particular!
Ela é particular...

Livros tão caros
Tanta taxa prá pagar
Meu dinheiro muito raro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar
O meu dinheiro
Alguém teve que emprestar...

Morei no subúrbio
Andei de trem atrasado
Do trabalho ia prá aula
Sem jantar e bem cansado
Mas lá em casa
À meia-noite
Tinha sempre a me esperar
Um punhado de problemas
E criança prá criar...

Para criar!
Só criança prá criar
Para criar!
Só criança prá criar...

Mas felizmente
Eu consegui me formar
Mas da minha formatura
Não cheguei participar
Faltou dinheiro prá beca
E também pro meu anel
Nem o diretor careca
Entregou o meu papel...

O meu papel!
Meu canudo de papel
O meu papel!
Meu canudo de papel...

E depois de tantos anos
Só decepções, desenganos
Dizem que sou um burguês
Muito privilegiado
Mas burgueses são vocês
Eu não passo
De um pobre coitado
E quem quiser ser como eu
Vai ter é que penar um bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado
Um bom bocado!
Vai penar um bom bocado...

sábado, 11 de julho de 2009

Labirinto

Não é fácil achar um rumo
Onde nem o horizonte delimita o seu mundo
Não é nada fácil atravessar o labirinto
Se os caminhos nele são infinitos

A cada porta atravessada
Um quarto usado
Uma sala bagunçada
Ou um encontro com o passado

A cada parede à frente
O fim de uma tentativa
O aprendizado e a lição de vida
A razão para se manter sorridente

Para passar, é preciso ter precaução
Pois se guiando pela razão
Apenas um caminho certo pode achar
E se guiando pelo coração
Muitos caminhos errados pode encontrar

Usando seus instintos
Você pelo menos não se perde
Mas usando esses instintos
A um novo caminho você nunca cede

Não há respostas, não há mágica
Não há coisa certa ou coisa fática
Também não há saída
Tampouco esperança perdida
Pois está num lugar
de missões não concluídas
e pode por isso vagar
até construir a sua saída.

Pense no labirinto como uma escolha ou como a sua vida (amorosa, familiar, profissional ou pessoal). São infinitas as possibilidades e os caminhos a serem percorridos. Não há certo ou errado absoluto ou, ainda, uma receita mirabolante que equacione a sua vida. Só existe o seu poder de decisão e as decisões podem fazer você se perder num labirinto ou até criar caminhos novos, quando tudo parece perdido.

Isso é o que significa labirinto para mim, nessa poesia. Interprete como quiser. Não gosto de fazer interpretações dos meus versos, pois prefiro que cada um interprete à sua maneira, mas nesse caso, resolvi abrir uma exceção.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vida de paulistano

Passos desordenados
São dados em silêncio
Ao lado, um ritmo desgovernado
Nas pistas de rolamento

Nessa paisagem dinâmica
Não dá tempo de contemplar
Esculturas de cerâmica
Ou o azul que preenche o ar

Nas ruas, as vezes o céu não se vê
E às sombras todo caminhante prevê
Que nunca haverá tempo para viver
Sem antes terminar o que deve fazer

Depois de vencido os inimigos
Todos querem o conforto de um abrigo
Para isso devem caminhar
E Caminhar sem andar, bem devagar
Para ser possível sonhar
Com o triunfante retorno ao lar

Numa mistura de luzes
Numa bagunça de sons
Essa gente tem o dom
De não perder o tom
Nem a afinação, nem o tempo
Mesmo rumando contra o vento

Passar por isso todos os dias
Parece loucura, parece covardia
É também aventura e muita ousadia
Mas é assim que ao longo dos anos
Vivem todos nós, os paulistanos.

É...pois é....hoje estou comemorando com essa poesia a epopéia do trânsito em São Paulo, vivida todos os dias com muito conformismo, já que falta alternativa menos pior. Além disso, gostaria de dividir com vocês a alegria de ter tomado a minha 3ª multa por desrespeitar o rodízio. Agora só faltam mais 8 pontos para preencher a minha carteira de motorista e trocar esses pontos por um cursinho do Detran!
É foda! Aliás, se fosse foda ainda estaria melhor...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Toca Raul: Sábio Chinês

Raul era mesmo foda!! Essa é uma das letras mais viajantes do Raul, na minha opinião. Cada um pode interpretar à sua maneira...

Eu interpreto a figura do sábio chinês como alguém longe da liberdade, como a disciplina ou, como o caos de um modo geral. A figura da borboleta eu vejo como o oposto do sábio, principalmente no quesito liberdade. Então, o sábio almeja ou acidentalmente toca a liberdade e este toque é tão intenso que faz sua concepção sobre si mesmo mudar. Assim, ele não sabe se, depois de tamanha experiência, ele ainda consegue se definir como sábio, isto é, como imagem da ordem e da retidão, ou se agora ele se define como um ser livre.

E você? Interpretaria esta letra de outra maneira? Dê asas à sua imaginação!

O Conto do Sábio Chinês
Composição: Raul Seixas

Era uma vez
Um sábio chinês
Que um dia sonhou
Que era uma borboleta
Voando nos campos
Pousando nas flores
Vivendo assim
Um lindo sonho...

Até que um dia acordou
E pro resto da vida
Uma dúvida
Lhe acompanhou...

Se ele era
Um sábio chinês
Que sonhou
Que era uma borboleta
Ou se era uma borboleta
Sonhando que era
Um sábio chinês...(2x)

domingo, 28 de junho de 2009

O nome dela (rima com ela)

Naquela noite clara
O que não ficou claro
Era a minha vontade, boa vontade
De ter você na pureza, em estado de verdade

Para isso caminhei até você
Rumei a fim de te conhecer
Mas o caminho até você era estreito
Estreito igual a uma viela
Por mais que os passos fossem certeiros
Andei e andei e morri junto às pedras

Seus gestos bem postados
Seus traços maduros e formosos
Seus cabelos nos ombros ou de lado
Suas roupas em tons garbosos
A alva pele, doce epiderme
E alvo sorriso, elegante e distintivo
Me traíram, me iludiram
Me enganaram, mas me encantaram

E assim, em meio à claridade noturna
Ouvindo sons de dança febril
Te conhecer foi coisa oportuna
E gostoso como o clima de abril

Seu nome? Eu não lembro
Sofro de uma séria mazela
Só lembro da atmosfera daquela donzela
Cujo nome e tudo nela
Estão em harmonia, rimando com ela.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O Eremita

Embaixo da pedra
Sob a guarda da terra
Jaz suas visões
Jaz suas missões

Abafado pelo uivo
Disfarçado de difunto
Oculta teu sopro
Se desenha como um ogro

Sua expressão mórbida
Pode guardar tantas coisas
Desde uma mensagem sórdida
Até certas vontades doidas

Suas palavras tortas
As vezes gaguejadas
Escondem uma infinita porta
Para quem entende suas piadas

Noturno, ele se move
Com sua lábia ele some
Com seu olhar te observa
Assim na sombra, assim na selva

Você não o entende
Você nunca entenderá
O que ele em si compreende
Ou o que ele um dia terá

sábado, 13 de junho de 2009

Dois

Só pra constar...todos os textos e poemas que não tem o autor mencionado, são de minha autoria, como este que segue abaixo. Não se preocupem, trabalho com propriedade intelectual há 5 anos e sei me proteger contra espertões de plantão.

DOIS

"Não posso dizer que estou arrependido por ter causado sua inimizade. Pra dizer a verdade, nunca tivemos amizade. Tenho isso muito claro para mim que as coisas deveriam ser assim. Talvez tenha sido uma combinação de ações, talvez tenha sido orgulho, talvez tenha sido o abafamento da razão ou a falha ao ver o futuro.

Quando você queria a paz, eu quis a guerra, quando eu quis a paz, você disse "já era". E esse jogo alternado e retardado, de duas pessoas que não sabem da vida sequer uma metade, acarretou neste lamentável resultado. Duas ilhas é o que somos, mas um oceano um dia fomos, misturados em um mesmo e hoje afastados pelos erros.

Olhar para o passado não é querer reviver o que foi acabado. Imagino que seja uma vontade de reparar o que se deu, pois na época não conseguimos interpretar o que aconteceu. O tempo passa, o outono vem, é junho novamente, ainda bem, não estou triste ou infeliz pelo que se sucedeu.

Como a maçãs ou outros frutos, com o tempo e as experiências, ficamos maduros e o que antes era escuro agora revela o tudo. É fácil agora enxergar que as diferenças não poderiam jamais juntas morarem, mas será que nem um pouco próximas elas poderiam estar, para a amizade pelo menos restar?

De um lado, o maduro, em um momento fortuito, um antigo imaturo que teve seus motivos, acreditem, para agir feito um burro. De outro lado, alguém que não cede, que não percebe o que fizeste, que tentou não perder a pose, que nunca abaixou a guarda, mas que uma vez esteve com ânimo para levar a adiante o resquício de amizade resgatada. Duas forças marcantes, instigantes, dois antigos, dois amigos e, por hora, dois inimigos.

Quais causas justificariam com plenitude o fim dos diálogos entre dois, que agora são cada um, e cada um assim separados? Se os caminhos são divergentes por que ao menos não tentar algo diferente? Mesmo que não haja lealdade ou amizade, por que não deixar as coisas, pelo menos, na neutralidade?"

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Versos de outrem: Rosa

Aproveitando a data do dia dos namorados, segue uma letra simplesmente muito bonita. Não tenho palavras para adjetivar essa letra, mesmo porque, palavras mais belas e bem colocadas como estas não hei de ousar combinar.

Pra dizer bem a verdade eu fico tonto pela sutileza, delicadeza e pelo romantismo utilizado pelos compositores, além de também admirar o vocabulário utilizado. Sou suspeito para falar, porque, como já disse, essa é uma letra muito bonita.

Falando um pouco sobre o dia dos namorados....Aos enamorados, meus mais sinceros votos de felicidade! Vivam o bom fruto do relacionamento de vocês, tenham sempre uns aos outros e, principalmente, respeitem-se e admirem-se.

Lembrem-se dos bons momentos, tenham tolerância, paciência e compreensão um com o outro. Edificar qualquer coisa, inclusive uma relação, é sempre algo difícil, porém, na maior parte das vezes, muito gratificante. Portanto, deixem-se invadir pelos bons sentimentos!

Desejo a todos um bom dia dos namorados!

ROSA
Composição: Pixinguinha e Otávio de Souza

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu

Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza

Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

domingo, 7 de junho de 2009

Versos de outrem: Camões

Olá! Continuando com a maré de falta de criatividade, vou colocar aqui uma das estrofes mais bonitas de Os Lusíadas. Logo terei mais coisas novas para postar aqui. Por enquanto, nesta fase de adaptação à uma nova rotina, estou sem tempo para organizar as minhas idéias e escrever algo.

Esta estrofe pertence ao Canto III tragédia de Inês de Castro (e não de Inês Pereira - que é de Gil Vicente). A história gira em torno da sempre constante sina do medo iminente de Portugal perder seu trono para algum reino espanhol, que na época (por volta de 1355) não era unificada - coisa que só aconteceu em 1492 com o casamento dos reis católicos. O príncipe de Portugal D. Pedro se apaixonou perdidamente por Inês, que era descendente por via bastarda de Sancho IV, rei de Castela. Obviamente, a nobreza começou a condenar esse casamento, principalmente, com o temor que, depois da morte do rei D. Afonso IV, Inês favorecesse e até passasse o poder para Castela. Foi estabelecida uma trama de intrigas e conspiração que levou ao assassinato de Inês por nobres partidários do rei e, o pior, com consentimento do próprio rei. Isso causou uma guerra civil entre Pedro e Afonso. A guerra acabou através do pedido de perdão do rei D. Afonso IV. No fim das contas, o rei morreu em 1357 e D. Pedro assumiu o trono. Como primeira atitude mandou perseguir os assassinos de Inês, sendo que um deles teve seu coração arrancado em praça pública. Há uma versão lendária da história em que D. Pedro pediu para que Inês fosse coroada antes de ser enterrada e forçou a nobreza a beijar sua mão, reconhecendo-a como rainha.

Eis os versos:

"Tu, só tu, puro Amor, com força crua,
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem como lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano."

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Toca Raul: Loteria da Babilônia

Raul era foda...Essa letra, na minha interpretação, fala sobre uma pessoa que está no momento de transformar a energia em movimento, o aprendizado em prática, a experiência em ganhos e assim por diante. Fala sobre uma pessoa que passou muito tempo em uma "encubadora" e agora está pronta para sair e expor as suas idéias, ou, ainda, que já fez de tudo, já acumulou experiência de vida e agora está pronta para ação, podendo até ser essa ação algo como rebeldia. Enfim, é uma letra que fala sobre transformar o estático em dinâmico.

Enjoy!

Loteria da Babilônia
Raul Seixas e Paulo Coelho


Vai! Vai! Vai!
E grita ao mundo
Que você está certo
Você aprendeu tudo
Enquanto estava mudo
Agora é necessário
Gritar e cantar Rock
E demonstrar o teorema da vida
E os macetes do xadrez
Do xadrez!...

Você tem as respostas
Das perguntas
Resolveu as equações
Que não sabia
E já não tem mais nada
O que fazer a não ser
Verdades e verdades
Mais verdades e verdades
Para me dizer
A declarar!...

Tudo o que tinha
Que ser chorado
Já foi chorado
Você já cumpriu
Os doze trabalhos
Reescreveu livros
Dos séculos passados
Assinou duplicatas
Inventou baralhos...

Passeou de dia
E dormiu de noite
Consertou vitrolas
Para ouvir música
Sabe trechos da Bíblia de cor
Sabe receitas mágicas de amor...

Conhece em Marte
Um amigo antigo lavrador
Que te ensinou a ter
Do bom e do melhor
Do melhor!...

Mas o que você
Não sabe por inteiro
É como ganhar dinheiro
Mas isso é fácil
E você não vai parar
Você não tem perguntas
Prá fazer
Porque só tem verdades
Prá dizer
A declarar!...

sábado, 23 de maio de 2009

Fim de um ciclo

Caminho sozinho pelo corredor
Olho de baixo para cima
com muita lembrança e estima
este lugar enriquecedor

as paredes frias da cidade
o vento agudo pelos ares
a névoa matutina
não estão mais em minha rotina

os rostos saem do presente
as palavras ficam na mente
as lembranças habitam a memória
e o que fica é a vivida história

foi tão rápido, foi tão intenso
que ainda não sinto saudade
de algo tão assim latente
mas vou dizer a verdade
estou sim assim contente

Não vale chorar
nem se lamentar
é preciso comemorar
o fim de um caminhar
para começar
a novamente sonhar

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sexta-feira

"Hoje é sexta-feira, traga mais cerveja"! Sim, hoje é sexta-feira. Quem diria? Depois de uma semana em que nós vivemos as nossas emoções, sensações, tensões, felicidades, tristezas, sorrisos e tudo mais, finalmente, chega ao fim a nossa jornada de 5 dias. Que alívio! Acabou! Agora as coisas só voltam a andar na segunda!

Não é incrível como um dia da semana pode trazer tanta felicidade, assim, do nada? É nas sextas que existem os "casual days", aqueles dias em que o traje para trabalhar possui menos rigor formal. É nas sextas que os almoços de 2 horas são combinados e, às vezes, conta até com a presença da chefia. É nas sextas que os bares são tomados por uma multidão de pessoas em busca de um choppinho gelado, de uma porção de qualquer coisa pra comer e de ter um momento de descontração imediatamente após o final do expediante. Parece loucura, mas tudo isso que eu falei só existe porque a sexta-feira existe.

Parado na merda do trânsito dessa cidade, vindo para a minha casa hoje, comecei a refletir sobre essa fonte de felicidade que mora em todas as sextas. Acredito que a felicidade permeia os corações humanos na sexta pelo fato de que este dia representa um período de boas expectativas. É mais ou menos assim: hoje estamos "cansados" por todos os acontecimentos e pelos dramas dos dias de semana, mas amanhã e no domingo teremos todo o tempo para relaxar, sair, brincar, visitar amigos e parentes, dormir até tarde, conhecer gente nova em uma balada, ou seja, fazer ou sonhar em fazer o que bem entendemos. Em outras palavras, acredito que o que gera essa felicidade não são especificamente as coisas que vamos fazer ou deixar de fazer no fim de semana, mas sim a expectativa certeira de realizar coisas, de ter esperança que amanhã, por conta desse período de descanço, as coisas vão ser melhores de alguma forma. Digo espectativa certeira, pois, temos certeza que teremos o fim de semana, ou seja, é algo verdadeiro, concreto, e depende de nós realizar coisas que nos dão prazer nesses dias.

Esse raciocínio se estende para vésperas de feriado, vésperas de viagens, vésperas de férias e, principalmente, véspera de ano novo. Quer uma data mais feliz que a véspera de ano novo? Qual seria o motivo de tanta felicidade senão as expectativas e esperanças para o próximo ano? Portanto, mesmo não acreditando que isso se estenda a todos, pois, afinal, temos nossas particularidades, é fato que a esperança e a expectativa de realizar sonhos e coisas que nos dão prazer podem trazer mais felicidade do que a realização, de fato, destas ânsias e ambições. É uma loucura mas assim nos comporatamos. Já pararam pra pensar nisso?

domingo, 10 de maio de 2009

Artificialidade

“Tem que morar no perfume róseo, tem que existir nos traços pintados com esmero, tem que estar naquela atmosfera ilusória e até no delicado toque da pele. Tem que morar no volume dos cabelos conduzidos pela brisa, tem que existir no balet ensaiado do andar, tem que estar na postura charmosa, que pode ser garbosa, e até no jeito especial que desvia de um olhar. Tem que estar, tem que existir e nela, mulher, tem que morar a naturalidade de seu ser, algo complicado para explicar, porém fácil para se entender. A voz delicada proferindo frases ordenadas, a risada que escapa, o jeito sério e moleca, numa mistura engraçada e até poética, são ingredientes tão naturais quanto gostosos em um ser tão desejado, ainda mais se a isso juntar a inteligência, a sapiência que reveste com brilho a já existente beleza.

Ainda que de forma abstrata, ouso a traçar um requisito ideal: naturalidade, a qual me referi no último parágrafo. Ela é essencial e paradoxal, para que entendamos que não há ser perfeito, e que toda realidade tem seu formoso e necessário defeito.”




Bom, para aqueles que acham esse blog uma extensão da revista capricho, esse post vai cair como uma luva para sustentar mais um pouco a argumentação de vocês. Tive esse “insight” ontem enquanto assistia TV e vi uma chamada para o concurso de Miss Brasil. Comecei a ver aquelas mulheres, muito bonitas por sinal, mas, talvez pela questão do rigor do concurso, todas elas me pareciam revestidas por uma beleza vazia, muito artificial. Pode haver aqueles que discordam das minhas idéias, mas uma das coisas que mais me atrai numa mulher é a naturalidade, a espontaneidade, isto é, se ela está feliz, ela se mostra feliz, se está triste, ela se mostra triste. Indo além, essa naturalidade se estende também ao jeito de andar, vestir-se e de jogar seu charme. Tudo o que é forçado, artificial, pelo menos em mim, não gera aquele puta impacto. E, se gera, seus efeitos são fulgazes.

Enfim, foi só um momento de reflexão já que estava imerso em pleno ócio.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Escolha

Não parece ser fácil
tecer dentro de nós
de modo rápido, ágil
uma decisão a sós

Dois caminhos
duas lutas
dualidade, dúvida
sem chance de permuta

Um antônimo
um paradoxo
um heterônimo
nada ortodoxo

Dois caminhos
duas lutas
uma fica para trás
uma morrerá em paz
em uma seguirá adiante
em uma será radiante

o medo é natural
a ansiedade é animal
mas recuar é boçal
pois escolher é normal

se o objetivo é progredir
em frente deves prosseguir
ignore a dor e as sombras
não te arrependas
e não ouça quem te zombas

viver é escolher
está na alma
e em nosso ser
e tem que estar na calma
do nosso amadurecer

Meus amigos, minhas amigas,...nem sempre é fácil, mas temos que escolher uma saída, uma solução e até o sabor da pizza ou a cor do colchão. Tudo é baseado em escolhas e na consequência que estas escolhas terão em nossas vidas. Não diferentemente, nesta semana me vi diante de uma escolha, uma escolha de peso, com consequências sérias, para o bem ou para o mal. Acredito ter escolhido o melhor caminho e gostaria que vocês que estão diante de um dilema também tomem a melhor decisão.

Abraços!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Virada cultural - impressões e opiniões

Olá!

Tive o prazer de comparecer a virada cultura deste ano. A última vez que compareci foi em 2007. Naquela ocasião, além de ter tido a então inédita experiência de andar no centro à noite, com certa segurança, assisti o show do Teatro Mágico. Respeito o gosto dos fãs dessa banda, mas eu particularmente nunca gostei.

Enfim, falando agora sobre a minha jornada por esta virada, talvez eu tenha escolhido os eventos errados ou os horários errados, pois, no geral, a única coisa que valeu nessa virada foi a companhia do pessoal que estava comigo. Desse vez, escolhi ficar no rock, no palco montado na Praça da República. A minha intenção era ficar ali, assistir algumas apresentações e, depois, partir em busca do meu santo graal, ver o palco onde só estava tocando músicas do Raul Seixas. Sim, eu curto Raul Seixas. Mas depois eu comento sobre isso...

Pois bem, muito antes de chegar ao evento, já dava para ter uma noção, ainda que vaga, do caos que estaria as imediações do centro da cidade. Enquanto estava a caminho da estação Praça da República, de metrô, fui informado pelos auto falantes da estação Tatuapé que a estação para onde estava indo não estava aberta, por causa das obras de expansão do metrô. Por conta disso, os trens estavam "circulando com velocidade reduzida e maior tempo de parada". E não se esqueçam que "os assentos de cor cinza são de uso preferencial. Seja cidadão, respeite esse direito." hahaha!

O segundo fato a se destacar, que foi no mínimo curioso, se deu quando ainda estava a caminho do centro. O depoimento de um policial militar que estava no vagão em que eu estava, já me deu uma noção, ainda que vaga, do que poderia se tornar aquele evento. Ele estava comentando com um dos passageiros do metrô que estava acordado há cerca de 36 horas e que só iria passar em casa para tomar um banho e depois iria participar do patrulhamento da virada. Antes que todos pudessem olhar para o lado, depois desse desabafo ele emendou: "o pior de tudo é que não tem infra-estrutura pra isso. A prefeitura organiza isso [a virada] e depois quer que a gente [polícia] tome conta de tudo. Não adianta. Vai ter assalto, vai ter briga, vai ter tudo e vamos fazer o que pode."

Essas palavras animadoras não fizeram muito sentido quando cheguei na Sé, já com a minha irmã. Eu presenciei um clima calmo e festivo (eram umas 19h). Me aloquei na Praça da República com certa facilidade, apesar do mundarel de gente e lá encontrei o restante dos amigos para assistirmos aos shows por lá.

Depois de assistir dois shows na República notamos que a duração das apresentações era muito curta e o intervalo entre bandas era muito longo, o que deixou meus amigos putos. Além disso, depois de dois princípios de briga, resolvemos sair de lá para ver outras coisas.

Fomos então para a Praça em frente ao Teatro Municipal. Lá estava tendo um espetáculo muito, mas muito formoso. Uma harpista estava se apresentando com um baterista/guitarrista/malabarista. Detalhe: a harpista estava tocando duas harpas, com sete cordas cada, mas, vale ressaltar, que não eram harpas comuns. As cordas estavam fixadas na parte externa do Teatro Municipal e desciam até o palco. A harpista ficava entre os dois jogos de sete cordas de assim tocava de modo coreografado o curioso instrumento.

Foi um show muito bom! Depois disso, lá pela 1h da manhã, resolvemos voltar e, neste momento, as palavras do policial fizeram todo o sentido. Da frente do Teatro Municipal até a Praça da República foi um caminho que deu ver bem em que consistia organização da virada cultural. Pelo caminho muito mais que lotado, muito mais que enfestado de gente, tive o desprazer de ver pessoas pichando portas, se drogando com tudo quanto é tipo de coisa, bebendo muito, fumando ainda mais. Isso sem contar aqueles "semi-cadáveres" jogados pelos cantos da rua. Com sono ou com seus corpos saturados de drogas essas pessoas estavam ao relento deitadas, dormindo nos cantos, nas guias e em todo o lugar. Foi uma visão sem dúvida alguma de caos em sua forma mais pura.

O ponto alto dessa zona toda que foi essa virada cultural, foi quando chegamos nas proximidades da Praça da República e vimos um ônibus parado. O povo estava escalando o ônibus e ficando em cima dele como se fosse um trio elétrico. Apesar de engraçada, esta cena serviu como uma ilustração de uma situação nada agradável. Estava claro pra mim que naquele momento e naquele local, qualquer um poderia fazer qualquer coisa que quisesse (se assim o espaço permitisse, já que estava muito muvucado). Qualquer um mais doido podia sacar uma arma e atirar nas pessoas, assaltar então nem se fala.

Depois dessa cena decidimos voltar, até porque todas as tentativas de chegar na região do palco foram frustadas pelo bolo maciço de pessoas que lá estava. Assim, por volta das 3h da manhã, encerrei a minha participação na virada cultural de 2009, sem conseguir ver o show das bandas que estavam tocando Raul...

Em suma, a Virada Cultural é, sem dúvida, uma idéia muito boa. Aplicar na população uma dose substancial e densa de cultura, propiciando um ambiente onde todas as tribos, pessoas e famílias possam conviver, é uma idéia bem visionária e, porque não, idealista. Contudo, como todos sabemos a utopia não existe nesse mundo, e, sendo assim, reunir milhões de pessoas num espaço aberto, público, sem controle de acesso, sem revista, sem segurança propriamente dita e com um efetivo de policiais desproporcional ao público visitante, me parece algo arrisado, no mínimo. A prefeitura joga muito com a sorte em eventos como esse, uma vez que a Virada Cultura acaba reunindo elementos "inflamáveis" (como os citados logo acima), que podem gerar uma "explosão", catastrófica e caótica, a qualquer momento.

Por fim, fazer a virada cultural em dia de final de campeonato também não me pareceu uma idéia planejada. A não ser que haja um secretário municipal do sarcasmo para decidir uma coisa dessas.

Torço para que o ano que vem este evento traga novidades, pois, como disse, é uma boa idéia, mas que ainda precisa ser muito lapidada.

Essa é só a opinião que tenho, baseada na vivência que tive. Ninguém é obrigado a concordar comigo.

Abraços!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Rotina

A igualdade dos dias
Assim como a igualdade das noites
Me enfadonha, me enjoa
me destoa, me deixa à toa

As tarefas correm em círculo
Tudo num religioso ciclo
Notável ver como todos
rezam essa parada oração
para só fazer da vida um troco
um troco sem emoção

Certa vez me disseram, oh! "sábios",
que sua sombra oportuna é larga
Que inócuo é o toque dos seus lábios
E tolo quem não a possui em sua saga

Mas, cá entre nós,
girar e girar e girar
todos os dias sem parar
sem sentido a rodar
acordar, trabalhar, dormir
acordar, trabalhar, dormir
acordar, trabalhar, dormir
é viver sem sentido, não precisa nem fingir

Sábio de verdade é aquele que diz
Não é só no lavor
que se encontra amor
Não é só na obrigação
que se encontra a emoção
Não é só no dia-a-dia
que se emprega a sabedoria
Não é só na rotina
que consiste a sua vida.

Pensamentos de um atormentado pela rotina dos dias que se passam. Não que as coisas não estejam boas, elas estão, mas, mas.....Sabe de uma coisa? Vou tomar um chopp, falar besteiras, rir com alguém e isso passa! hahaha!

Quem se encontrar em situação semelhante, recomendo o mesmo remédio!

Abs!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Andrea Bocelli

Hello everybody!

Prometi essa postagem pra ontem, só que deu uma lezera...uma preguiça de escrever....haaha! Então, por conta disso vou postar hoje os meus comentários sobre o show do Bocelli.

Antes de mais nada, tinha muita gente...A polícia militar estimou que cerca de 25 mil pessoas tomaram o parque da independência na tarde do feriado de Tiradentes. Os portões do parque só abriram às 14h. Enquanto os portões não se abriam, as ruas do Ipiranga foram tomadas pela enorme fila que percorria a toda a rua dos patriotas e dali seguia pela rua Bom Pastor até as proximidades da Ricardo Jaffet, sendo que, em certas partes, a fila fazia umas voltas, no melhor estilo fila de hopi hari...hahaha!

Obviamente rolou aqueles papos típicos de fila (vou precisar de um outro post para abordar tão cotidiano assunto), entre outras piadas e risadas.

Depois que entrei no parque da independência, uma chuva fraca ia e vinha com inconstância, fazendo com que um ritmo alucinado de por e tirar as capas de chuva se impuzesse. Com o show já iniciado, o silêncio do público era notável. Todos ficarm admirados com o talento sem igual de um tenor de voz bastante treinada, que venceu a própria deficiência para seguir seu caminho na música. Vale lembrar que além de cantar com tamanha competência e emoção ele também toca piano muito bem.

O show contou com áreas clássicas (Verdi, Puccini), porém de conhecimento de boa parte do público. São áreas que tocam em filmes ou desenhos e, portanto, de fácil aceitação para o público, que não está tão acostumado com esse tipo de música (eu me incluo nesse público...não costumo ouvir música clássica).

Além disso, para agradar a nós brasileiros o show teve a participação de Toquinho, que dispensa qualquer comentário. Não há o que ser dito a respeito deste grande músico a não ser elogios a seu talento ao violão. Juntamente com Toquinho, Ivete Sangalo também participou de 2 músicas, uma delas foi Garota de Ipanema.

Sinceramente, os fãs dela que me perdoem, não vi muito sentido dela estar ali. Mas no fundo, no fundo, o que me deixou mais enputecido foi o fato do anúncio da gravidez dela ter sido mais divulgado que o show do Andrea. Também precisarei de um post para discorrer sobre este tipo de inclinação doentia à fofoca que o povo tem...enfim.

Foi, sem dúvida alguma, um grande show, que contou também músicas típicas italianas recheando o concerto composto, como já disse, por áreas clássicas. Estas músicas típicas caíram como uma luva numa cidade em que boa parte de sua população descende de italianos, isso sem contar que o sotaque paulistano é o português com sotaque italiano. As pessoas cantavam emocionadas "Oh Sole mio", "Mamma", sendo que pude ouvir mais de uma dizendo que, ao ouvir estas músicas, se lembravam dos pais, avós, da "nona" e/ou dos tempos de infância, adolescência.

Pra terminar, também cabe um elogio aos músicos que acompanharam o Bocelli, sendo estes: a soprano Olivia Gorra (cantou Granada muito bem), o barítono Gianfranco Montresor, o flautista Andrea Griminelli (apadrinhado de Pavarotti e deu um show à parte), o Coro Philarmonia e a Orquestra Sinfônica do Paraná. Tudo sob a regência de Eugene Kohn.

Enfim, é isso. Pena que ele não cantou a minha música favorita do repertório dele: Canto Della Terra.

Abraços!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Fim do recesso criativo

Bom dia a todos!

Passei por uma lacuna criativa nos últimos tempo, é verdade. A minha produção criativa diminuiu consideravelmente. Mas agora estou aqui para tentar retomar tudo isso. Vou postar um poema que escrevi há um tempo atrás, mas que ilustra o meu contexto atual. E, só pra constar, estou com pressa pois vou assitir o show do Andrea Bocceli e amanhã eu posto como foi esse show.

A severa noite fria

a severa noite fria
não pode ser subestimada
seu vento agudo sopra a todo tempo
soando seu o constante sofrimento

a severa noite fria
fere à faca a pele fraca
corta o peito, rasga o seio
e deixa lá sua eterna marca

a severa noite fria
nem o herói a desafia
sem passar por sua sina
engolir a sua ira
perder suas armas
e entregar a sua espada

a severa noite fria
nem o tempo apaga
nem a água lava
nem as ervas curam
só o dia a expulsa

a severa noite fria
enquanto no céu predomina
afasta dos pensamentos
o norte dos caminhos que escolhemos
não permite ir em frente
nem mesmo aquele mais prudente

a severa noite fria
se vai à luz do dia
cessando os males que traz
permitindo uma momentânea paz

é sabido que ela voltará
e assim que menos esperar
diante dela cairás

quando você ceifar este inferno em sua mente
irão se embora todos os seus medos
e a noite já não mais severa e fria será
deixando o passado onde sempre deve estar

Só cabe um último comentário: se o passado não for ceifado, a severa noite fria nunca passará. Então é melhor resolver o que não está resolvido, para se livrar da inevitabilidade do retorno da tristeza, da severa noite fria.

sábado, 11 de abril de 2009

Let the games begin

Amigos, romanos, compatriotas, que os jogos comecem!! hahaha! Vamos lá! Quero sentir a adrenalina percorrendo o meu corpo, quero entrar em combate novamente! Depois de seis anos gladiando com o conhecimento, sinto fome por novos entraves. Vou reunir meu exército, reunir a infantaria da persistência e a cavalaria da força de vontade, para marchar sobre mais um campo de batalha. A isso eu adiciono os arqueiros, para saraivar com suas flechas os alvos certos desse novo caminho, que se abrirá diante das linhas inimigas.
Exatamente. Depois de 6 longos anos e de um caminho árduo da busca pela maturidade, chegam novos tempos. Tempos esses em que a consciência está em evolução constante, tempos esses em que a vida me dá uma chance. Não posso disperdiçar essa oportunidade, esse momento único para juntar as minhas forças e freneticamente buscar a realização de um objetivo em forma de sonho.
Por isso, eu digo: nunca é tarde. Basta ter determinação e planejamento para que as coisas dessa vida aconteçam. E, embuído com este pensamento, vou em busca de novos desafios acadêmicos/profissionais. Em breve eu revelo quais são esses desafios.
Agora só posso bradar: que os jogos comecem!!
Abraços!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Calmaria só depois da tempestade

E assim, este movimento lento e desatento, por vezes desalento, vai tomando a forma de uma flecha objetiva, certeira na certeza do que quer. Assim o bolo se ajeita à forma, e a forma se dilata conforme o calor que recebe e o calor se espalha pelo meio no qual a forma e o bolo estão confinados.

O caos foi a primeira forma que o tudo teve, sendo inclusive o nome do primeiro deus grego. Porém, a ordem logo veio, impondo ao caos uma trégua em seu absoluto domínio. Assim também era a noite, até que o dia vorazmente surgiu, fazendo-se verdade ante à predominância da escuridão.

Além disso, vale lembrar que só há calmaria, depois da tempestade...Depois que a torrente passa, os animais vão voltando, aos poucos, à sua rotina...é assim também a nossa vida.

Isso também acontece quando leva-se um susto, quando se dá vários pulos ou quando se fica puto. Um súbito acalorar de peito nos toma, o coração dispara, o suor verte através de nossa pele, até que...vamos nos acalmando, nos acostumando àquela inesperada situação, que causou esta enxurrada de emoção.

Novidades; experiências inéditas; confrontos de idéias nunca vividos; crises presentes do existencialismo; a busca de horizontes diferentes; o medo da não adequação ao desconhecido; tudo isso, tudo isso, pode ser comparado ao caos sendo invadido pela ordem, a luz dividindo a predominância das sombras, o susto, o pulo e o ficar puto, que são seguidos da volta à calma quando a situação volta ao normal. Tudo isso faz parte de situações que rasgam a normalidade, causam conflitos e alardes, mas, depois do pico atingir, ao normal volta tudo a fluir.

No fim, no fim das contas, é sempre assim, pra você ou para mim. Não adianta, tudo passa por um processo de acomodação, de aceitação, de costume e, principalmente de amadurecimento. Quando uma crise se instala, quando uma situação nova inesperadamente se destaca e até quando teu medo te cala, está na hora de crescer e enfrentar o problema, para que tudo volte ao curso normal, para que a vida se adapte à situação, fazendo com que ela seja normal, para que o tal "meio-termo" seja, finalmente, atingido e para que a vida faça algum sentido.

E assim vamos indo....nos adaptando às novas situações, enfrentando os problemas conforme eles surgem.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Mudanças

...E então digo ao barqueiro:
vamos remando depressa, barqueiro
o tempo que tenho é o tempo presente
vamos em busca do além mar, de modo valente

Ice as velas
corte as cordas
tudo sem demora
porque a hora é agora

A aurora rasga o horizonte
a lua se esconde atrás dos montes
os pássaros acordam famintos
é um novo dia que já vem vindo

Por quais mares hei de navegar?
De quais ondas deverei escapar?
Não tenho mapas, vou me aventurar
talvez com o pé no chão, porém com fé no meu olhar

Por onde eu andei, agora não ando mais
sei o que passei, agora quero paz
Vou navegar, por outros tantos mares
e descobrir o infinito azul em todos os seus ares.

Só direi uma coisa....nunca é cedo ou tarde para fazer mudanças na vida...

TIME TO CHANGE!!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Aos pais...

Pessoal, boa noite!

Vou postar hoje a mensagem que escrevi e li em homenagem aos pais na colação de grau. Agora que essa loucura de comissão de formatura acabou, vou voltar a postar as minhas idéias aqui...

segue o texto


Aos Pais

Sem vocês nós aqui não estaríamos. Sem vocês, de nós nada saberíamos. Sem vocês, não poderíamos assim triunfar. Sem vocês, não iríamos ter o que comemorar. Sem vocês, forças nós não teríamos, para enfrentar esta ímpar etapa da vida. Como pudemos chegar até aqui, senão pelo apoio incondicional de vocês? Seja pela presença física, seja pela lembrança viva, vocês, presentes, que aqui estão sentados ou, ausentes, que estarão para sempre aqui guardados (nesta hora eu ponho a mão no coração), serão sempre a nossa fonte de inspiração.

Durante o curso, quando ameaçamos tropeçar, quando titubeamos entre ir ou ficar, desistir ou persistir, quando, naqueles difíceis momentos, pensamos que poderia ser deste sonho o fim, vocês lá estavam, seja em pensamento, lembrança ou corpo presente, para nos guiar.

Que foi difícil chegar aqui, nem é preciso dizer. Vocês claramente bem sabem o que se passou para um filho engenheiro ser. Vocês puderam acompanhar a loucura do nosso eterno ofício de estudar. Estudávamos sempre, parecia que estávamos acometidos por uma doença permanente. Às vezes nos isolávamos, às vezes nem com a família falávamos, às vezes no silêncio a concentração buscávamos, e isso nem sempre garantia, por uma grande ironia, que um bom resultado nas provas nós teríamos. Mas vocês sempre souberam entender que fácil não poderia este caminho de estudos ser.

Por estas tantas e inumeráveis razões, que foge a qualquer uma das equações, agradecemos vocês, de todo nosso coração, pelo amor, pelo apoio e pela fé que tiveram em nossos sonhos. Além disso, ainda que inventem palavras mais belas do que as que dispomos, ainda que inventem melodias mais doces do que as que já conhecemos, ainda que inventem outras formas do homem se expressar, não existirá, por certo, algo para sintetizar o enorme sentimento que em nosso interior há por vocês, nossos pais, por terem nos ajudado em nosso caminhar. Tendo isso em vista, por mais simples que possa parecer, não nos resta muito a dizer a não ser um mais que emocionado "muito obrigado".

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Quase velho...

Olha só...estou aqui escrevendo nos momentos que antecedem a minha entrada meu novo ano astrológico. Ok, ok, vou ser menos Raul Seixas....estou aqui, com certa perplexidade, parando pra pensar, enquanto redijo esta mensagem, que estou, de fato, ficando mais velho. É...duas dúzias de anos se passaram. Puta que pariu, quantas coisas já vi, já aprendi, já vivi, já experimentei e ainda tenho que pensar, com um pouco de frieza, que só vivi cerca de um quarto ou um terço da minha vida. O pior de tudo, ou o melhor, do segredo do viver, é que não sou e nem aprendi nada.

É estranhamente engraçada esta espiral infinita. Aprendemos, vivemos, e, ainda assim, não aprendemos nem sequer uma minúscula fração de todo conhecimento ou de todas as experiências possíveis. Se formos parar para pensar, vamos ficar loucos, tamanha a pequenice que é o nosso mundinho, as nossas coisas e, até mesmo, em alguns casos, a vida das pessoas. Quer provas? Vá para fora desta cidade, se enfie no mato ou no mar e olhe para o céu durante à noite. O que você verá é uma prova singela de que o infinito existe e de que somos pó de porra nenhuma nesse universo.

Por isso, por mais experiência que se tenha ou que se pareça ter, ainda assim seremos, em algum ou muitos pontos, eternas crianças curiosas, ingênuas e passíveis de erros.

Mas, assim devemos ser, no meu entender. Devemos sempre buscar uma evoluão, uma melhora, seja em qual for o aspecto da vida.

E é isso...

Fica aqui o registro reflexivo de alguém que está a aniversariar neste dia 28 de fevereiro.

Um brinde!! hahahaha!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Ausência temporária

Meus dedos lépidos
escreventes ferozes
estão ébrios
incapazes e sem vozes

O silêncio me invade
rouba minha criatividade
tampa a minha inspiração
abrevia a expressão de cada emoção

Aquilo que invade também preenche
de uma vez, tal qual uma enchente
que vem sem controle, que vem de repente

Sorte que isso logo embora irá
e o fim deste tempo em tempo virá
Ainda bem, pois já não suporto, sem reconhecimento, sangrar
depois de tantos anos por eles trabalhar

Meu povo e minha pova...estas últimas semanas tem sido difíceis. A comissão de formatura tem me tomado um tempo considerável. Não que isso já não tenha acontecido desde que comecei com essa história de formatura, no final de 2006. O problema é que desta vez a pressão está sendo enorme - isso já aconteceu em outras ocaisões na comissão - e que estou com o saco muito cheio. Estou esgotado...Não suportaria mais um mês à frente da comissão de formatura.

Acredito que tenha feito o meu melhor, considerando que não trabalho exclusivamente para a formatura. Tenho a minha vida, família, meu emprego (que sempre me exigiu demais), minha namorada (ai, ai...rs - suspiro) e, até o fim do ano passado, tinha a mauá na minha vida.

Não foi fácil tomar a frente de algo em que não se pode demitir ou mandar prender os subordinados que estão em desacordo com o trabalho que está sendo desenvolvido, uma vez que a comissão de formatura não é uma empresa, muito menos um quartel. Por isso, liderar sem poder punir é um desafio para poucos. Aqueles que tiverem alguma crítica sobre a minha gestão eu pediria que tentasse fazer metade do que eu fiz, no mesmo nível de qualidade. Duvido que alguém conseguiria, ainda mais conduzindo a vida particular e profissional em paralelo e com uma média de 50 e-mails por dia só sobre formatura. Sendo que nestes e-mails todo mundo "acha" tudo, todo mundo explica tudo, e cada um quer a festa do seu jeito. Tentar conciliar tantos gostos e personalidades diferentes não é uma tarefa simples, acreditem. E, bancar o mandão é o passo certo para arrumar brigas e brigas infindáveis. A liderança tem que vir por respeito e respeito não se consegue só pondo o saco na mesa, como alguns "bons de bico" pensam.

Bom, chega por hoje...isso foi um desabafo....

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Bendito calor

Como é bom viver sob nova inspiração (Fernanda, Fernandinha)...rsrs

Segue mais um texto fresquinho:

Te conheci, te reconheci. Novamente, estamos aqui. Repousei meu olhar em ti. Um bendito calor ascendeu por mim, floreando a minha visão com aquilo de mais belo, dos amores o mais etéreo. Acredito que já tinha te escolhido, mas não sei de que forma e tampouco precisar a exata hora. Somente entendo que a minha razão calou-se por um tempo e então te conheci de repente. Naquela noite, nos olhamos, rimos à volta dos desconhecidos, sorrimos mais e mais. Sorrisos dançantes, ora bailantes, mas sempre reluzentes, deveras fulgurantes. Meu pensamento em rápido reflexo, depois deste laço em nossos fios de vida ter sido dado, ainda que de modo inicial ou preliminar, erá um só: queria te desbravar, explorar, saber a sua profundidade, saber se dentro de ti ecoava alguma nota, queria achar a tão sonhada ressonância que, em consonância, exprimiria, finalmente, a cumplicidade de um amor de verdade.

Com muita curiosidade fui em frente, mas não senti riscos ao andentrar em você. Talvez eu já fosse bem-vindo e querido e, mesmo não agindo com toda a razão dominando as minhas ações, senti, pela primeira vez, que você também me adentrava, que também me queria e também me desejava. Nós nos hipnotizamos sem saber como nos desipnotizar, porque, imagino, que a graça de tudo é sempre pasmar diante de seu olhar, mesmo com os anos e anos a passar. Desta forma, descobrimos o nosso caminho de instrospecção, de calorosos afagos, meigos e doces, de uma gostosa solidão a dois, de um desbravamento conjunto, de um sentimeto mútuo.

Suas marcas estão pregadas não só em minha carne. Seu perfume sempre está nos meus alvéolos pulmonares. Sua imagem é reverenciada noite e dia, sempre e tanto, agora e sempre, pelo meu pensamento consciente e, quando fechos os olhos, pelo meu inconscinente. Quando estou longe de ti, meu pensamento foge, como água entre os dedos e vai em direção ao seu colo, ávido por seus beijos. Isso é uma dádiva. Sou abençoado pela sua santa graça.

Não quero, jamais, que sua presença saia deste ser apaixonado. Mais que suas marcas e seus perfumes, mais que a reverência da sua imagem, o que mais venero, o que mais prezo, é a sua presença, é nossa presença, juntos numa mesma cena. Assim, toda vez, o bendito calor ascenderá por mim, o bendito calor ascenderá por ti, iluminando-nos pelos nossos caminhos, de agora até o fim.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Depois de tanto CREU, o CREA - Parte 2

Hoje, exatamente hoje, incia-se a contagem regressiva de um mês para o meu aniversário. Desta feita, sendo esta uma fase reflexiva do ano, segundo os astrólogos, nada melhor do que, neste momento, falar da pessoa mais importante para mim nesta caminhada pela engenharia. Infelizmente, essa pessoa não está mais aqui comigo...Infelizmente, ela não pode estar fisicamente ao meu lado para me ajudar nos momentos difíceis ou para comemorar os momentos alegres. Porém, sempre e tanto esteve e está no meu coração, no meu jeito de ser e até no meu jeito de falar. A herança genética é inevitável, a semelhança de aparença, semblante e até da sonoridade do meu espirro também são inevitáveis. O meu pai foi a pessoa que me deu aquele empurrão em direção à engenharia, em uma fase de sua vida na qual já estava muito doente.

Em homenagem a ele, vou postar aqui uma letra de música cantada por Nelson Gonçalves (que ele tanto gostava). Por favor, não encarem esta postagem como algo simplesmente melancólico, como uma certa tendência ao sofrimento de minha parte. Se tenho hoje estabilidade emocional para expor num blog estes sentimentos é porque estou aqui, na verdade, prestando uma homenagem ao meu pai (Sérgio Guimarães) e não me lamentando por alguma eventual peça que a vida tenha me pregado. Se passei por isso é porque tinha condições de superar os traumas que incorreriam.

E, só pra constar, estou passando por uma fase muito feliz de minha vida, portanto, não tomem o tom deste post como um diagnóstio desta minha fase atual.

Naquela mesa

naquela mesa ele sentava sempre
e me dizia sempre o que é viver melhor

naquela mesa ele contava histórias
que hoje na memória eu guardo e sei de cor

naquela mesa ele juntava gente
e contava contente o que fez de manhã
e nos seus olhos era tanto brilho
que mais que seu filho
eu fiquei seu fã

eu não sabia que doía tanto
uma mesa num canto, uma casa e um jardim

se eu soubesse o quanto dói a vida
essa dor tão doída, não doía assim

agora resta uma mesa na sala
e hoje ninguém mais fala do seu bandolim
naquela mesa ta faltando ele
e a saudade dele ta doendo em mim
naquela mesa ta faltando ele

domingo, 25 de janeiro de 2009

Sob nova inspiração

Fuga da realidade

A realidade nos impõe uma verdade
Nos sonhos só não se vive
Até parece uma maldade
O que faz esta realidade

Porém entretanto convém
A nós amantes entregues
Quebrar o laço que mantém
A realidade como caminho que se segue

Assim, mesmo tangido por seus muros
Ainda que envolto por sua frieza
Teremos dentro de nós a certeza
De viver em nossos braços seguros
O amor que ilimina esse escuro

Por isso, minha cara
Um convite agora te faço
Viremos para a realidade a nossa cara
Nem que seja pelo tempo de um abraço
Venha num mundo só nosso embarcar
Afinal, viver é também sonhar

Oh da barca! Novas sensações afloram-se por entre meu corpo e ascendem através de "mio core"! Novas experiências! Novas novidades novas novíssimas inéditas estão a ser vividas!!

Sendo mais direto, para aqueles que ainda não sabem, estou a namorar Fernanda, Fernandinha a serelepe pequenina!

E é isso, com mais calma explico através dos vários versos que estou a escrever como isto foi acontecer. Ainda estou devendo a narrativa do fato sangrento. Em breve a postarei.

Abs!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Depois de tanto CREU, o CREA - Parte 1

Final

Finalmente! Finalmente!
Eis o ouro, reluzente
com um gosto diferente

Esse sonho mais que construído
foi cuidadosamente esmerado
chegar ao fim foi dolorido
mas agora sou recompensado

nem lembro o que sofri
dos sabores amargos que senti
ou dos azedos que engoli

Hoje na lembrança mora
agora nesta hora
os sorrisos de outras horas
e os amigos para todas as horas

By me

Nada como um soneto simples mas feliz pra descrever o que é chegar ao fim de uma etapa dolorosamente sofrida, porém indescritivelmente recompensadora, podendo contar com velhos e novos amigos feitos ao longo e até no final da caminhada.

Descrever o que foi o curso da mauá exigiria mas de um post, afinal, foram tantas as emoções vividas. Passei por enchentes, notas muito baixas, DP, verdadeiras corridas de recuperação no boletim, choros, velas, provas com o pé quebrado e até com nariz sangrando. Sem contar as inúmeras noites em claro, trabalhos ridículos porém difíceis, professores mesquinhos e tudo mais. Isso tudo sem falar dos amigos, chopps, baladas, risadas, shows, viagens, colas, merdas faladas...

Dor e ardor, odor e frescor, sofrimento e merecimento, felicidade e agora saudades...tudo isso foi e são as emoções sentidas nessa fase...

[to be continued...]

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Novidade

Levitei...Que indiscritível sensação me preencheu. Não saberia precisar ou especificar com palavras tamanha a maravilha em dádiva, que vivencio neste momento tão...tão...diferente. Diferente é uma palavra que pode soar estranheza, coisas exóticas ou mesmo algo novo, fato nunca antes vivido, inédito em nossa caminhada. Talvez essa seja a palavra! Sim, diferente, foi isso que senti!

Você podem classificar como devaneio, mas um novo ar preencheu meu peito, senti novidade, pela primeira vez e de verdade. Foi como um sonho, no qual tudo deu estranhamente certo, foi como uma criança que vislumbrou no seu futuro um triunfo ou sucesso certo, algo que, pra falar bem sinceramente, sempre quis de desse certo.

É impressionante como nos entregamos sempre ao voo incerto dos nossos devaneios, com asas que nem sempre, na realidade, batem na velocidade que esperamos, mas que, no fundo, talvez pela nossa intuição, saibamos que é esse bem o nosso caminho e por isso neste rumo incerto embarcamos.

O que posso aqui falar acerca destas alvíssaras que estou a cantar, pelos ares, sem parar, é que em segredo esperei muitos dias da minha vida por isso. E, agora que, aparentemente, estou neste momento de apogeu, de realização de sonho, esbarrou rapidamente em minha mente um certo medo. Sim, medo. Sentimento traiçoeiro, eu bem sei, mas que garante a sobrevivência dos pessimistas, ainda que seja para uma sobrevida infeliz. Porém, depois de tudo que já passei, e sobre o que já perseverei, não posso admitir ter medo. Vou ter cautela, mas não vou me privar de ir em fente, pois, com já dizia o jargão "o futuro a Deus pertence".

Desta feita (rs), vou respirar fundo e mergulhar nessa maré de novidades...não vou me afogar, ainda bem sei nadar...hahaha!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Fernanda, fernandinha

Fernanda

Fernanda, fernandinha
Tão alegre e pequenina
Serelepe lá e cá
Saracoteia sem parar

Disse-me certa vez
Que rodinhas nos pés deve ter
Surpreso não fiquei
Num mesmo lugar nunca a encontrei

Por onde anda está sempre rindo
sempre sorrindo
Riso esse que escapa
Que sai sem querer através da cara
Um bom humor de verdade
Espontâneo como o signo de Áries

E assim saltitante
Com sangue espanhol circulante
Vai toda feliz, visitante
Conhecendo lugares
Explorando suas nuances

Uma singela e sincera homenagem à Fernanda que me acompanhou durante um sagrento (hahahaha!) episódio...hahaha! Em um outro post, como já disse antes, publico a narrativa do inusitado fato.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Abrindo o baú - Parte 2: O Paraíso

Apesar de ontem ter acontecido um fato deliciosamente inusitado e oportuno por si, vou hoje postar uns versos que fiz ainda no fim do ano passado. Futuramente, faço a narrativa do fato de ontem...rs

O Paraíso

Já estive no que chamam de paraíso
e pude passear por seus campos Elíseos
Já pude lá entrar e sonhar
e até em seu interior descansar

Lá é tudo belo e completo
a dor não existe, nem passa perto
Lá o prazer escorre por entre as mãos
jorrando alegria em meio à confusão

Lá a visão é negra
mas a sensação é plena
Há vozes que em dueto sussurram
ao beberem do sabor uivante da uva

No paraíso o corpo não obedece
os aromas sempre enlouquecem
a pele na agudez se embebe
e os olhos se fecham em prece

tão intenso quanto estar
é o processo de lá voltar
com violência a consciência regressa
o corpo repousa sem pressa
as energias então só retornam
com carícias e o certo passar das horas

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Negue

Negue seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise, machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu

Diga que o meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia

Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada
Pelo beijo seu

Esta letra foi imortalizada na voz de um dos maiores cantores que o Brasil já teve, na minha opinião. Com maestria e um vozeirão, este cantor preenchia as melodias que cantava em uma época romântica da boemia, em um momento da história musical (de São Paulo) no qual os violões, bandolins e afins choravam ao ritmo da seresta. O mesmo ritmo que Caetano Veloso utilizou em sua música Sampa, o mesmo ritmo da famosa Ronda, da Volta do Boêmio, entre tantas outras. Estou falando de niguém menos do que Nelson Gonçalves "o segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com 65 milhões de unidades, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com oitenta milhões. Seu maior sucesso foi a canção A volta do boêmio." (wikipedia)

Se a bossa nova é a marca do rio, em termos boêmios, a seresta seria o equivalente paulistano, na minha opinião.

E viva a boemia! hahaha!