terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Mulher de Terra

Antes de terminar 2015, deixei este texto. Este texto foi a tentativa de fazer um retrato-poema da minha amada Fabrícia.


Ei-la paciente, ei-la toda quieta
Passo a passo, sobre a reta
No silêncio, imóvel
Jeito raro, insólito

Lentamente, caminha
Firmemente, decidida
Pés no chão, desde menina
E muito prática, aguerrida

Seus toques germinantes
Florescem paixões errantes
Desejos nascem e circulam
Do caule à folha e exalam
Olores de origem profunda
Do fundo de sua alma

Seu corpo terno absorve
O calor do dia torpe
Que aquece, consome e castiga...
...um semiárido de intrigas

Seu corpo terno absorve
Sorve, suga, prende e sofre
Cada respingo e gota caída
Das tempestades que batiam
Que baterão e que batem...
... são as chuvas que judiam

Seu espírito cálido fertiliza
Tudo o que dele emana
Oh! Fonte de vida
Oh! Fonte de prana

No seu espírito cálido,
As amizades se enraízam
E ficam, e ficam, e ficam...

Com seu espírito cálido,
O barro se transforma
Continuamente se transforma
Suor, sangue e serão
Para semear seu amanhã

Ei-la aqui, Ei-la agora
Imóvel, quieta
Calor lá fora
Nuvens densas duelam
Amigos se apoiam
Suor semeia
Prana fertiliza
E a paixão exala
Sobre ela, 
Sobre mim
E sobre a terra.