sábado, 15 de agosto de 2009

Desaventuras no Direito - 1ª Semana

Como alguns já sabem, comecei nesta semana a frequentar novamente o ambiente acadêmico. Agora estou estudando Direito. Esta primeira semana de aula me despertou algumas lembranças da época em que tinha meus 17 anos e tinha acabado de entrar na faculdade.

Logo no primeiro dia de aula, logo na primeira das aulas daquela noite, o professor não veio. Então, os calouros ansiosos e inseguros o que fizeram? Ficaram "abundados" dentro da sala de aula, sem falar com ninguém. Imóveis, estáticos e receosos. Eles tinham medo de trote, medo das pessoas, medo daquele ambiente novo, que pode ou não ser hostil. Enfim, medo de tudo.

Não demorou e entrou um grupo de veteranos, devidamente bêbados, para procurar por vítimas para arrastar para o bar e para passar o previsível trote. Estes pândegos, ébrios e com o habitual comportamento primata, utilizaram de suas intimidações sarcásticas para vender o conceito deles de "sociabilização com a galera". Depois de tanto insistirem, eles conseguiram levar uns dois trouxas com eles.

Ainda na primeira semana, as aulas foram interrompidas para que houvesse um "trote solidário". Uma maneira (ainda idiota) de aplicar o (também idiota) trote. Não tive o prazer orgástico de participar, mas pelo que fiquei sabendo, eles trancaram os calouros na quadra e fizeram brincadeiras "super divertidas", tipo corrida de saco, corrida de colher com ovo etc.

Já na quinta-feira, a respeitada atlética, mostrando toda a sua sapiência de costume, apresentou um vídeo de eternos 15 minutos sobre ela mesma, sobre o orgulho de estar fazendo faculdade no Mackenzie e sobre a rivalidade com as outras faculdades. Até aí, ok. O problema foi quando começaram a vender o ideal único e último de felicidade, aquele ideal particular que dele só participa quem tem a postura "chiclete com banana" de viver.

Não quero aqui parecer rabugento. Vou participar de tudo quanto é festa do Mack, vou para os Jogos Jurídicos, sempre fui adepto dos butecos da vida e tudo mais. Porém, me parece que tem um pessoal que entra na faculdade sem saber o que quer e em busca de um ideal de viver caracterizado pela extravagância da diversão, o que é uma distorção da realidade e um escapismo barato em busca de se enturmar e de querer ser popular. Beber, cair e levantar faz parte da vida de universitário, mas viver em função disso é fechar os olhos para outras coisas, que podem ser tão prazeirosas quanto isso.

Fora essas coisas, que são no mínimo engraçadas de serem observadas quando já se fez uma faculdade antes, estou gostando muito do curso, das pessoas e de frequentar um ambiente normal. A engenharia não era um ambiente normal, mas isso será tema para um outro post. Por enquanto, continuo caminhando, sem muita inspiração poética, como pode-se notar.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Gripe suína: alarmismo ou verdade?

Hoje vi a notícia que o Hospital Emílio Ribas aqui de São Paulo será o "quartel general" do combate à gripe suína no estado de São Paulo e que o Hospital das Clínicas também será um dos centros de referência no combate ao influenza H1N1.


O número de infectados cresce a cada dia, como é de se esperar. Afinal, é uma gripe e estamos no inverno.


As aulas foram adiadas. Até onde sei, praticamente todas as instituições de ensino, tanto particulares quanto públicas, adiaram a volta às aulas em uma semana. A prefeitura do Rio de Janeiro adiou em mais uma semana as aulas.


A festa italiana onde eu vou tocar com a minha banda também foi adiada em uma semana.

Na igreja católica, dar a "paz de Cristo" agora não inclui cumprimentos ou contato com as mãos.


Mas, mesmo de posse de todos estes fatos, ainda me parece difícil crer que estamos diante de uma ameaça tão gritante, tão enorme como a nossa imprensa anuncia.


Se há tanto perigo, porque não se adia ou cancela shows? Por que não se fecha os cinemas? Por que não temos máscaras sendo distribuídas no metrô? Por que não são adiadas ou canceladas as peças de teatro? Por que??


Os centros de referência estão realmente preparados para suportar um volume grande de pessoas? Os relatos que ouvi até agora sobre pessoas que tiveram suspeita de gripe e se dirigiram até os hospitais referência não foram os melhores. Pelo que ouvi, me parece que há um amadorismo ou descaso no tratamento dessas pessoas. Isso sem contar as pessoas que esperam muito tempo para ser atendidas, não tinham nada, mas se expuseram de forma desnecessária ao vírus ou a outras doenças.


A gripe comum não mata à mesma taxa que a gripe H1N1?


Sinceramente, não tenho sentido muita solidez por parte das autoridades nas políticas de contensão à gripe suína.


Adiar as aulas, isoladamente, não contribui tanto assim para conter a doença. Querem um exemplo? Ouvi nesses dias no meu amado "Jornal da Manhã" da rádio Jovem Pan que os comerciantes de Campos do Jordão estão muito felizes com o adiamento das aulas, uma vez que o movimento na cidade tende a aumentar consideravelmente. Em miúdos, as pessoas deixam de ir a escola, mas vão se amontoar no frio de Campos de Jordão. Além disso, pasmem, a cidade está com uma programação especial de shows, ou seja, haverá fatalmente aglomeração de pessoas naquela temperatura fria e pitoresca de Campos do Jordão. Agora eu pergunto: será que Campos do Jordão é uma zona imune por si só? Será que a cidade emana essências curativas??

Se a gripe é tão grave assim, por que os shows de Campos do Jordão não são cancelados??

Afinal, essa história de gripe suína é alarmismo ou verdade?