Logo no primeiro dia de aula, logo na primeira das aulas daquela noite, o professor não veio. Então, os calouros ansiosos e inseguros o que fizeram? Ficaram "abundados" dentro da sala de aula, sem falar com ninguém. Imóveis, estáticos e receosos. Eles tinham medo de trote, medo das pessoas, medo daquele ambiente novo, que pode ou não ser hostil. Enfim, medo de tudo.
Não demorou e entrou um grupo de veteranos, devidamente bêbados, para procurar por vítimas para arrastar para o bar e para passar o previsível trote. Estes pândegos, ébrios e com o habitual comportamento primata, utilizaram de suas intimidações sarcásticas para vender o conceito deles de "sociabilização com a galera". Depois de tanto insistirem, eles conseguiram levar uns dois trouxas com eles.
Ainda na primeira semana, as aulas foram interrompidas para que houvesse um "trote solidário". Uma maneira (ainda idiota) de aplicar o (também idiota) trote. Não tive o prazer orgástico de participar, mas pelo que fiquei sabendo, eles trancaram os calouros na quadra e fizeram brincadeiras "super divertidas", tipo corrida de saco, corrida de colher com ovo etc.
Já na quinta-feira, a respeitada atlética, mostrando toda a sua sapiência de costume, apresentou um vídeo de eternos 15 minutos sobre ela mesma, sobre o orgulho de estar fazendo faculdade no Mackenzie e sobre a rivalidade com as outras faculdades. Até aí, ok. O problema foi quando começaram a vender o ideal único e último de felicidade, aquele ideal particular que dele só participa quem tem a postura "chiclete com banana" de viver.
Não quero aqui parecer rabugento. Vou participar de tudo quanto é festa do Mack, vou para os Jogos Jurídicos, sempre fui adepto dos butecos da vida e tudo mais. Porém, me parece que tem um pessoal que entra na faculdade sem saber o que quer e em busca de um ideal de viver caracterizado pela extravagância da diversão, o que é uma distorção da realidade e um escapismo barato em busca de se enturmar e de querer ser popular. Beber, cair e levantar faz parte da vida de universitário, mas viver em função disso é fechar os olhos para outras coisas, que podem ser tão prazeirosas quanto isso.
Fora essas coisas, que são no mínimo engraçadas de serem observadas quando já se fez uma faculdade antes, estou gostando muito do curso, das pessoas e de frequentar um ambiente normal. A engenharia não era um ambiente normal, mas isso será tema para um outro post. Por enquanto, continuo caminhando, sem muita inspiração poética, como pode-se notar.
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