segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Amanhã, quiçá

Mais um texto autoral

...e cada noite adentro, morre
Para, logo depois, retornar
É assim antes do dia primeiro
Ou quando o domingo faz esvanecer
Até este dom tem dezembro
E o por vir a se erguer

Um triunfo pousa no lar
Não...espera... é coisa boba
Deixa pra lá
E só o esmo a farfalhar
Hoje é véspera
Amanhã, quiçá

O entoar enfadonho do tic
Letárgico e eterno
O passar preguiçoso do tac
Nostálgico e materno

Isso tudo em um mundo
Muito bem delimitado
Ontem, na cerca do fundo
Futuro, neste lado do quadrado

O por vir e o por fazer se agigantam
As dores, as de sempre, acorrentam
Tudo isso, tudo isso
a cada noite adentro, morre
Para, logo depois, retornar
Hoje é véspera
É antes do dia primeiro
Amanhã, domingo fará tudo esvanecer
Ou não o fará
Amanhã, quiçá
Talvez seja janeiro
E mesmo com o dom de dezembro
O por vir se erguerá

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Vida alienada na terra "amada"

Mais um texto autoral:

Entro no carro, passo o cinto
Sento e ali mesmo eu fico
Por horas e horas a fio
Até chegar no meu destino, enfim

Me sento novamente
De fronte ao mundo, sem espelho
Fazendo, fazendo, fazendo
Até o soar do partir novamente

Então, no carro, passo de novo o cinto
Sento e ali mesmo fico
Por horas e horas a fio
Até chegar no meu destino, enfim

Me sento novamente
Agora sou aprendiz, inexperiente
Escuto e escuto pacientemente
Até o findar deste expediente

Então, no carro, passo o cinto novamente
Sento e ali mesmo fico
Por horas e horas a fio
Até chegar no meu destino, enfim

Me deito, finalmente
Mas não sem antes dar boa noite
À minha saudade distante,
Com um beijo sincero
Que me responde o boa noite
Com outro beijo sincero,
À minha agonia presente
Aos meus anseios crescentes
Aos meus santos ausentes
E a esta vida alienada
Vivida aos trancos nesta terra “amada”

segunda-feira, 9 de março de 2015

Quando chegasse aos trinta

Quando chegasse aos trinta


Quando chegasse aos trinta
Teria dominado meus medos
Poderia ter vivido tudo e ainda
Faria de tudo um recomeço

Quando chegasse aos trinta
Teria meu primeiro milhão
Poderia de ouro pintar a vida
Faria do meu lar o avião

Quando chegasse aos trinta
Teria casa e até uma filha
Poderia amar sem qualquer sina
Faria meu porto seguro, minha ilha

Quando chegasse aos trinta
Seria feliz como em uma mentira
Falso e idílico, isso eu seria
Um verdadeiro comercial de margarina

Então, cheguei aos trinta
E minha vida não é essa mistura
De romance, publicidade e clichê
Ela é assim, por ventura,

Real como a que vive você.

Começada em Castelraimondo, 12 de fevereiro de 2015, na varanda da foto abaixo,
e terminada em Roma, 15 de fevereiro de 2015.

domingo, 8 de março de 2015

Considero valore - Una versione della poesia di Erri De Luca

Questa è la mia prima avventura poetica nella lingua italiana. Credo che ho un lungo percorso per riuscire a scrivere bravi testi in italiano, però questa versione è il primo passo di uno studente che ama questa lingua.

CONSIDERO VALORE

Considero valore assaggiare ogni piccola opportunità di stare insieme ai amici.

Considero valore il fiato lasciato sul percorso della lotta quotidiana, il respiro nel silenzio della pace prima di dormire.

Considero valore il sorriso che scappa dalla logica, la felicità da trovare in ogni porta.

Considero valore trasformare il rimpianto in lezione, le lacrime in un azzurro cielo di festa.

Considero valore imparare quello che non si insegna, vedere gioia nelle cose che non se comprano.

Considero valore cercare e non trovare il vero senso della vita o la ragione per cui certe cose succedono come succedono.

Considero valore scoprire che il vero mistero non resta fuori, ma, anzi, rimane nel nostro interno.

Considero valore tutto questo che ho detto, ma che non faccio spesso.

Ecco il link per la poesia originale: https://www.youtube.com/watch?v=XmFMwsDt8EE