“Tem que morar no perfume róseo, tem que existir nos traços pintados com esmero, tem que estar naquela atmosfera ilusória e até no delicado toque da pele. Tem que morar no volume dos cabelos conduzidos pela brisa, tem que existir no balet ensaiado do andar, tem que estar na postura charmosa, que pode ser garbosa, e até no jeito especial que desvia de um olhar. Tem que estar, tem que existir e nela, mulher, tem que morar a naturalidade de seu ser, algo complicado para explicar, porém fácil para se entender. A voz delicada proferindo frases ordenadas, a risada que escapa, o jeito sério e moleca, numa mistura engraçada e até poética, são ingredientes tão naturais quanto gostosos em um ser tão desejado, ainda mais se a isso juntar a inteligência, a sapiência que reveste com brilho a já existente beleza.
Ainda que de forma abstrata, ouso a traçar um requisito ideal: naturalidade, a qual me referi no último parágrafo. Ela é essencial e paradoxal, para que entendamos que não há ser perfeito, e que toda realidade tem seu formoso e necessário defeito.”
Bom, para aqueles que acham esse blog uma extensão da revista capricho, esse post vai cair como uma luva para sustentar mais um pouco a argumentação de vocês. Tive esse “insight” ontem enquanto assistia TV e vi uma chamada para o concurso de Miss Brasil. Comecei a ver aquelas mulheres, muito bonitas por sinal, mas, talvez pela questão do rigor do concurso, todas elas me pareciam revestidas por uma beleza vazia, muito artificial. Pode haver aqueles que discordam das minhas idéias, mas uma das coisas que mais me atrai numa mulher é a naturalidade, a espontaneidade, isto é, se ela está feliz, ela se mostra feliz, se está triste, ela se mostra triste. Indo além, essa naturalidade se estende também ao jeito de andar, vestir-se e de jogar seu charme. Tudo o que é forçado, artificial, pelo menos em mim, não gera aquele puta impacto. E, se gera, seus efeitos são fulgazes.
Enfim, foi só um momento de reflexão já que estava imerso em pleno ócio.
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