segunda-feira, 24 de outubro de 2011

De novo, o retorno. Again such fucking pain!

Republicando, pois tive um momento, meses atrás, que mereceu.

Todo poeta é uma mula
que não se cansa de levar surra
leva, toma, faz e traz
imaginando ir pra frente, sendo que está indo para trás

esmera suas poesias
vislumbrando formosos dias
reluzentes momentos
sem sombra ou desalentos
sem nada que atrapalhe
a sua ilusão, sua mentira, seu disfarce

é um inocente, um jogado na realidade
idiota, parvo sem questão de saber a verdade
alicerça seus versos, oh! adolescente
se comportando como um fraco e inconsequente

cego por seus versos
tonto pelo belo
ama o que é poético
tudo em nome do elo
que acreditou viver
quando àquela uma esteve a escrever

deixou-se enganar, tolo
quis bancar o pândego
ignorou seu âmago
não pensou, nem raciocinou
à lápis em letras idealizou
um contraste, um paradoxo
algo nem um tanto ortodoxo
uma união sem sucesso
recaiu no regresso

parnasiano clássico
romântico fracassado
teimosia é seu predicativo
oh! poeta se respeite, seja altivo
não se bande em miragem
o que se vê nem sempre é o que é verdade

se queres meu conselho
peço, repitas defronte ao espelho:
versos deves parar de escrever
sem saber se dela vais ter
no final aquilo em que mais estás a crer

domingo, 23 de outubro de 2011

Fortaleza e Delicadeza

Imperiosas são as atitudes

Proferidas por esta nobre mulher

Segura e sabida do que quer

Independente e convicta do que é


Ela é uma fortaleza que concentra

Entre outras coisas, suas barreiras

Que a torna sólida, que a faz heróica


Mas dentro destes muros

O que há de haver?

Por trás do refúgio seguro

Haverá escuro ou luz a viver?


Pelo pouco que escapa às instransponíveis

Posso arriscar a dizer que tal fortaleza

Que dá forma à sua força e beleza

É também lar de algo bom e invisível


Pelas janelas da alma, quando olha meus lábios

Pelo deslize de suas mãos sobre meus braços

Pelo mergulho cego que dá em meu abraço

Ouso a afirmar, sem embaraço

Que dentro das barreiras dessa fortaleza

Há meiguice, carinho e chamego

Uma pétala de toda delicadeza

Há ela: frágil, feminina

Uma linda menina

De face indefesa.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Há 3 anos atrás...

Há 3 anos eu escrevi esse poema...Naquela época, eu já estava cansado de me relacionar com mulheres meninas, imaturas. Queria, desde aquele tempo, encontrar uma mulher Mulher, madura, enfim. Bom, os meus desejos ainda não foram atendidos, mas um dia serão. Sigamos...

Mulher Mulher

Estou cansando de mulher menina
daquelas com cabeça pequenina
sem acrescentar a sua vida
algo que de bom te sirva

Não quero mais saber
não sei compreender
a infantil mediocridade
as atitudes de posse
e de falta de maturidade

Basta da ingenuidade dos jogos
minha mente não é banhada em ócio
para ser insultada
por uma qualquer abestada

A insatisfação que me toma
é fruto de outras tristes horas
em que pela dor aprendi
o que quero para ser feliz

Ah! Mas se a sorte a mim vier
quero pedir aos céus uma mulher mulher
segura e sábia do que quer
independente e convicta do que é

Uma cúmplice das loucuras
Uma companheira nas aventuras
Mais dois ombros em todas as lutas
e até devassa em nossas luxúrias

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resgate

Restara estanque em meu peito
tudo o que a ele leva.
Tranquei-o sem dó para sempre, a despeito
do romantismo que tivera

Nas fossas do amargor eu lá o deixei
decepcionado, descrente e enganado por ele eu estava.
Mas, quando o inverno feneceu e nova flor nasceu,
vi que, dos céus, um anjo chegava

Não pensei que o sentiria
assim tão depressa e nesta vida
E tão maior, como nunca vira

Da treva a luz o resgatou,
da cegueira o anjo me curou,
quando nela vi, e senti, ele: o santo amor.