terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sonho

As vezes uma situação não está nítida, mas, mesmo assim, está ótima de ser sentida. Ainda que seja só um sonho, ainda que fulgaz seja este devaneio, seus sentimentos são verdadeiros.

Enfim, uma vez ouvi de um compositor que é difícil resistir à tentação de imprimir em seus versos o que viveu. Neste sentido, faço exatamente isso nesse poema. Pego uma situação vivida e ponho nesses versos, descrevendo as sensações e não a situação de forma analítica.

Sonho

Rumei ao longínquo e nada vi
O branco do dia não esvaeceu
Mas em meio à intempérie te vi
E algo inesperado se sucedeu

Não sentia o frio do vento
Que cortava sem dó meu rosto
e de repente do céu azul
alguém te trouxe
e desse céu azul
ainda sinto seu beijo doce

E uma leve brisa de verão
Veio logo pegar em minha mão
Com um toque suave e delicado
De carícias me fez lisonjeado

Levitei ao toque floral de sua pele
Que doces pétalas de beleza primaveril
Envolvi-me nos encantos da alva epiderme
E só queria deles sair quando fosse senil

Foi então que seu rosto eu vi
E agraciado com o resplendor eu fui
Mas foi sem os olhos que eu vi
Das belezas a mais indizível
Que rósea repousa nos lábios
E matreira foge à lógica dos sábios

Mas o vento voando vai
Soprando seu andar pelo ar
Levando o que de bom há
Inclusive esse meu sonhar

Se pudesse assim sempre sonhar
Seria esse o pedido para eternizar
Se um dia Deus viesse me visitar
Ou se achasse um gênio por aí a andar.

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