quinta-feira, 23 de junho de 2011

Minha terra

Segue mais uma poesia que escrevi em algum momento nesses últimos 6 meses.


Minha terra


Lá não era rei

E não tinha terras

Não era deus nem de uma légua

Mas, possuía, naquela terra,

uma ciranda de cores,

uma aquarela,

de uma porção de coisas,

que coisas belas!

das que me faltam cá,

aqui nesta terra.


E, desde então,

cá nesta terra,

provo de um condão,

sem cores belas,

soturno e distante,

léguas e léguas,

do ar inebriante

daquela terra.


E andando sem trégua,

cá nesta terra,

pensando no findar,

no passar de uma era,

sigo pensando lá,

na minha terra,

para as forças criar,

e travar minhas guerras.


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Eclipse lunar

Hoje ocorreu um eclipse lunar. E, nada mudou. Para a maioria das pessoas, é só a lua, mais uma vez, como todas as vezes, na vez determinada, figurando no céu...e eles vão em frente, pois os problemas estão aí e ali e não no céu onde está a lua...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Versos de outrem: Mário Quintana

Esta deve ser a segunda ou terceira vez que posto alguma coisa do Mário Quintana por aqui. Comprei uma boa e completa coletânea dele e comecei a admirar sua poesia simples, sábia, irônica por vezes e ilustrativa de certos momentos de solidão.

Dentre os vários versos e vários poemas dele, escolhi postar o "Bilhete", que transcrevo abaixo:

BILHETE

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Depois de um banho demorado

Escrevi esta em 2009...e só estou postando agora....


Depois de um banho demorado – 10/06/2009

Nu em um banheiro

Me olho num espelho

Não vejo o paradeiro

Mas sinto seu rastro no meu peito


Ainda em meio à nevoa

Com o corpo molhado

Procuro na mente uma trégua

uma liberdade de um pecado


Assim me deixo levar

Para um lugar atemporal

onde seria possível errar

e errar e errar

e ter o poder de consertar


Mas a água sobre o corpo

Se resfria num instante

E o que era quente

Agora é morto


A névoa se esvaece

E o que vejo em minha frente

Apesar de ser sorridente

Com seu estigma permanece


Depois de arrefecido

Só o frio é meu “amigo”

E essa frígida companhia

Que figura como inimigo

Quando você está em minha vida