E assim, este movimento lento e desatento, por vezes desalento, vai tomando a forma de uma flecha objetiva, certeira na certeza do que quer. Assim o bolo se ajeita à forma, e a forma se dilata conforme o calor que recebe e o calor se espalha pelo meio no qual a forma e o bolo estão confinados.
O caos foi a primeira forma que o tudo teve, sendo inclusive o nome do primeiro deus grego. Porém, a ordem logo veio, impondo ao caos uma trégua em seu absoluto domínio. Assim também era a noite, até que o dia vorazmente surgiu, fazendo-se verdade ante à predominância da escuridão.
Além disso, vale lembrar que só há calmaria, depois da tempestade...Depois que a torrente passa, os animais vão voltando, aos poucos, à sua rotina...é assim também a nossa vida.
Isso também acontece quando leva-se um susto, quando se dá vários pulos ou quando se fica puto. Um súbito acalorar de peito nos toma, o coração dispara, o suor verte através de nossa pele, até que...vamos nos acalmando, nos acostumando àquela inesperada situação, que causou esta enxurrada de emoção.
Novidades; experiências inéditas; confrontos de idéias nunca vividos; crises presentes do existencialismo; a busca de horizontes diferentes; o medo da não adequação ao desconhecido; tudo isso, tudo isso, pode ser comparado ao caos sendo invadido pela ordem, a luz dividindo a predominância das sombras, o susto, o pulo e o ficar puto, que são seguidos da volta à calma quando a situação volta ao normal. Tudo isso faz parte de situações que rasgam a normalidade, causam conflitos e alardes, mas, depois do pico atingir, ao normal volta tudo a fluir.
No fim, no fim das contas, é sempre assim, pra você ou para mim. Não adianta, tudo passa por um processo de acomodação, de aceitação, de costume e, principalmente de amadurecimento. Quando uma crise se instala, quando uma situação nova inesperadamente se destaca e até quando teu medo te cala, está na hora de crescer e enfrentar o problema, para que tudo volte ao curso normal, para que a vida se adapte à situação, fazendo com que ela seja normal, para que o tal "meio-termo" seja, finalmente, atingido e para que a vida faça algum sentido.
E assim vamos indo....nos adaptando às novas situações, enfrentando os problemas conforme eles surgem.
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