São dados em silêncio
Ao lado, um ritmo desgovernado
Nas pistas de rolamento
Nessa paisagem dinâmica
Não dá tempo de contemplar
Esculturas de cerâmica
Ou o azul que preenche o ar
Nas ruas, as vezes o céu não se vê
E às sombras todo caminhante prevê
Que nunca haverá tempo para viver
Sem antes terminar o que deve fazer
Depois de vencido os inimigos
Todos querem o conforto de um abrigo
Para isso devem caminhar
E Caminhar sem andar, bem devagar
Para ser possível sonhar
Com o triunfante retorno ao lar
Numa mistura de luzes
Numa bagunça de sons
Essa gente tem o dom
De não perder o tom
Nem a afinação, nem o tempo
Mesmo rumando contra o vento
Passar por isso todos os dias
Parece loucura, parece covardia
É também aventura e muita ousadia
Mas é assim que ao longo dos anos
Vivem todos nós, os paulistanos.
É...pois é....hoje estou comemorando com essa poesia a epopéia do trânsito em São Paulo, vivida todos os dias com muito conformismo, já que falta alternativa menos pior. Além disso, gostaria de dividir com vocês a alegria de ter tomado a minha 3ª multa por desrespeitar o rodízio. Agora só faltam mais 8 pontos para preencher a minha carteira de motorista e trocar esses pontos por um cursinho do Detran!
É foda! Aliás, se fosse foda ainda estaria melhor...
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