segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vida de paulistano

Passos desordenados
São dados em silêncio
Ao lado, um ritmo desgovernado
Nas pistas de rolamento

Nessa paisagem dinâmica
Não dá tempo de contemplar
Esculturas de cerâmica
Ou o azul que preenche o ar

Nas ruas, as vezes o céu não se vê
E às sombras todo caminhante prevê
Que nunca haverá tempo para viver
Sem antes terminar o que deve fazer

Depois de vencido os inimigos
Todos querem o conforto de um abrigo
Para isso devem caminhar
E Caminhar sem andar, bem devagar
Para ser possível sonhar
Com o triunfante retorno ao lar

Numa mistura de luzes
Numa bagunça de sons
Essa gente tem o dom
De não perder o tom
Nem a afinação, nem o tempo
Mesmo rumando contra o vento

Passar por isso todos os dias
Parece loucura, parece covardia
É também aventura e muita ousadia
Mas é assim que ao longo dos anos
Vivem todos nós, os paulistanos.

É...pois é....hoje estou comemorando com essa poesia a epopéia do trânsito em São Paulo, vivida todos os dias com muito conformismo, já que falta alternativa menos pior. Além disso, gostaria de dividir com vocês a alegria de ter tomado a minha 3ª multa por desrespeitar o rodízio. Agora só faltam mais 8 pontos para preencher a minha carteira de motorista e trocar esses pontos por um cursinho do Detran!
É foda! Aliás, se fosse foda ainda estaria melhor...

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