Não pude evitar. Olhei para os lados, durante a espera, na fila para a matrícula na faculdade, e vi rostos dispersos, com olhares esperençosos e quase sempre acompanhados por rostos certeiros, com olhares precisos, sim, eram os ombros dos pais somado aos ombros dos filhos.
Quantas esperanças ali reunidas, quanta carga de ansiedade ali repousava no aguardo pela matrícula. Será que vai dar certo? Será que vou gostar do curso? Não importa. Agora serei independente! Agora vou beber, conhecer gente nova, sair pelos bares e gritar ao mundo que cresci de verdade! A gente entra na (primeira) faculdade, geralmente, com esse tipo de pensamento.
De uma hora para outra, uma liberdade grande invade nossas vidas. Pessoas muito diferentes, tão distintas, tão infinitas passam a fazer parte do nosso dia a dia, de uma hora para outra.
Não pude evitar. Pensei em tudo isso, novamente. Quando vi aqueles rostos em formato ainda infantil pleiteando uma vaga no mundo adulto, num mundo que eles ainda estão por conhecer.
Quantos desafios os esperarão? Por quantas provações eles terão de passar antes da faculdade terminar? Quantos amigos eles terão? Quantos sorrisos darão? Tudo é tão incerto quando se tem 17 ou 18 anos e está entrando na faculdade. Nada disso agora, nenhuma dessas perguntas, me cheira o romantismo vivido naquela época. Os 6 anos de engenharia me deram um banho concreto de realidade, assim como os anos a mais acusados através da minha face e dos cabelos em constante fuga.
Não há mais tanto mistério, apesar de ainda guardar certa emoção. A faculdade, querendo ou não, já não é condição para uma profissão. É apenas um complemento. Já tenho o meu título, agora vou em busca de algo a mais.
Enfim, a adrenalina não é a mesma mas a vontade de seguir em frente é a mesma dos 17 anos.
Vou viver um choque de gerações tenho certeza, apesar de também ter certeza que conhecerei muitas pessoas que valerão a pena.
E assim, vamos caminhando. Rumo a mais um horizonte e a mais um sonho sendo realizado!
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